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domingo, 22 de setembro de 2013

POEMA DO DOMINGO



Gilvan de Brito entregando seu livro




Poeta vaginal tem origem na vila de Guarita

Da minha série “figuras exponenciais de Guarita”, trago hoje o jornalista, dramaturgo e escritor Gilvan de Brito, paraibano que já escreveu mais de cem livros, tendo publicado vinte obras, entre peças teatrais, poesias, ensaios, pesquisas, biografias e reportagens.

Encontrei Gilvan de Brito representando o Conselho Estadual de Cultura na 3ª Conferência Estadual de Cultura, um dos maiores eventos da história da cultura paraibana, ocorrido nos dias 20 e 21 de setembro (sexta-feira e sábado), na cidade de Sousa. Eu fui convidado para mediar o Grupo de Trabalho que tratou do tema “Comunicação e cultura”. (Ver matéria na Tribuna do Vale).

Voltando ao Gilvan, conversando com esse talentoso intelectual, fiquei sabendo de sua procedência itabaianense. Seus avós são originários da vila de Guarita. O patriarca chamava-se Roldão Correa de Brito. “Quando eu era menininho / atravessei o rio Paraíba / Nos braços do meu pai / Gilberto Correa de Brito”, diz Gilvan em um de seus poemas publicados no livro “Delírios da Vagina”, obra que ele gentilmente autografou para o Leão.

De volta para casa, no ônibus, li “Delírios da vagina”, um compêndio poético bucetal onde Gilvan promete “invadir peitos, lábios, coxas, grelos, canais e outros caminhos que levam aos prazeres de penetrar numa xoxota em chamas e chegar à rosa dos ventos  com a disposição de conhecer os oito pontos cardeais do mundo”,conforme prefácio do autor.

Temos o poeta marginal, e agora apresento o poeta vaginal neste 22 de setembro, dia em que começa a primavera e dia do sorvete. O chato do Ameba aqui me interroga: “o que diabo tem a ver vagina com sorvete?” Mandei perguntar a Madame Preciosa, esperta nesses assuntos vagínicos, e escolhi essa composição do Gilvan de Brito para o “poema do domingo” de hoje.

NUNCA AOS DOMINGOS

Hoje é quarta,
Amanhã é sábado.
Dois dias na semana.
Não existe segunda
Terça ou sexta-feira
Domingo, nem falar.
          quarta
          sábado
          quarta
          sábado
Somente dois dias
Descansando nos braços
No regato dos seios
Na curva das coxas
E no ponto mais profundo
Onde gritas a ladainha:
          vai
          não pare
          está chegando
          chegoooooooooou
São dois dias de amor
E do resto, o que faço?
Nada. Não faço nada.
Apenas me lembro
         quarta 
          sábado
          quarta
          sábado.
É tudo de que eu preciso.

Gilvan de Brito



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