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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Anonymous é o cara e a cara do Ponto de Cultura


Esse Anonymuns aí é o Lucas Martins, estudante de Itabaiana. Foi escolhido para ser o Diretor de Operações da Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, mantenedora do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

O Lucas se apresenta sem máscaras. É um cara sem disfarce, com aquela energia e sinceridade próprias da juventude. Tem grande chance de se indispor com as chamadas “autoridades competentes” e seus prosélitos. Mas anda aprendendo rápido. Temos uma montanha para subir. Ele mostra ligeireza. Eu já fui moço, quis também ser alpinista. Chegando no topo dos meus quase sessentinha, somente a solidão e o silêncio me esperando.

No entanto, Lucas tem pressa e temos que seguir seu ritmo. Perder tempo é luxo nesses tempos de Anonymous nas ruas reivindicando tudo aqui e agora. Lucas vai atrás das promessas, do futuro mais remoto. Quer construir a utopia instantânea. Na rapidez dos seus vinte e poucos anos, veste-se de mensageiro da cultura e desfila na rua sua alegria de ser agente de uma mudança que nem ele sabe qual, mas desconfia.

Não há nada de sólido nem permanente nessa matéria prima dos sonhos. É fugaz, é transitório esse território das aspirações. Pensei em construir um centro cultural na minha cidade, ainda restam esperados os projetos mais simples como a construção de uma singela biblioteca. O que me alimenta é o humano milagre da segunda das três virtudes teologais: a fé. Esperança que se revela em outros olhares de gente moça, cheia de expectativa. Essa excelsa âncora nos faz fundear nosso barco furado em mar calmo, rodeado de Anonymous cujo desprezo a toda e qualquer autoridade nos faz societários na nobre missão de desmoralizar a ilibada reputação da elite.

Boa sorte para Lucas Martins na sua nova incumbência de reger com a autoridade dos seus verdes anos essa fantasia que se chama Ponto de Cultura. Nossa meta: construir a ponte incompleta entre o artista local e seu rosto no espelho da dignidade. Como uma casa de acolhida, o Ponto de Cultura tanto liberta quanto trancafia. Exemplo? Soltou as amarras de um músico como Vital Alves que por sua vez libertou o talento de um Marden Silva. Outra demonstração: prendeu para sempre a atenção da jovem Paloma na cultura popular. Ela, que antes só se amarrava na dança do funk, hoje se sacode no ritmo do bailado do Boi de Reis na charmosa junção da tradição e do futuro. Ponto de Cultura pressupõe uma mudança de mentalidades e valores. E mudar é a palavra de ordem desses Anonymous espalhados por esse Brasil real.

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