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sexta-feira, 12 de julho de 2013

COLUNA DE ADEILDO VIEIRA



Nem mais, nem menos. Basta ser o que se é!

Adeildo Vieira

Costumo dizer que a pessoa é tão maior quanto maior seja sua humildade. O ser humilde se agiganta ante seu potencial, que geralmente surpreende os outros. O marketing  de gente assim é feito do tutano do próprio osso, uma vez que bem sabe a medida certa do seu feito, sem tirar nem por. A tez maquiada e o excessivo uso de cosméticos para buscar cintilância nos próprios atos fica para quem confunde humildade com subserviência, como se o ato de ser humilde significasse uma condição de rebaixamento diante dos seus pares. Há que se entender a nobreza de saber se mostrar na medida do que se é, ou melhor, ter consciência da importância de si mesmo e da singularidade desta condição. 
A pessoa humilde não decepciona, pois não vende produto falso e nem usa embalagem de lantejoulas na vã tentativa de supervalorizar o seu conteúdo. Assim sendo, chega a pé pra trazer o que tem em mãos. Desconfie das pessoas que chegam a bordo de limusines de prata trazendo seus feitos em pacotes de neon, pois tanto brilho pode estar tentando esconder a escuridão de seu peito. Não sabem elas que são vítimas de sua própria propaganda, uma vez que criam gigantescas expectativas sobre seus atos e por isso correm o risco de não serem merecedoras da compaixão ou da indulgência dos seus espectadores, caso não consigam corresponder à imagem vendida.
Aos humildes, entretanto, cabe um cuidado. O de saber do limite de sua modéstia, pois as energias essenciais que geram o movimento avante só fazem eco nos corações alheios se partirem de quem defenda seus próprios atos, assim como quem tem amor próprio e anuncia aos outros o ambiente sentimental propício para ser alvo de amores. Convém, ainda, ser atento ante aqueles que se alimentam da modéstia alheia para dar golpes baixos de neon no intuito de ofuscar quem não defenda suas ideias e seus atos com altivez e assim ocupar-lhes o lugar de direito. Já a grandeza dos humildes está no fato de saber de si sem negar ou desqualificar os outros. O sucesso alheio não dói.
No pretexto de falar das pessoas de alma grande, vale comentar sobre os arrogantes. Esses traçaram para si um modelo de convivência humana calcado num ranking de uma importância subjetiva delegada às  pessoas. Nessa escala de importância, se veem no direito de humilhar os considerados inferiores na mesma medida em que se deixam humilhar por quem considere superior. Sendo assim, todo arrogante é subserviente, só mudam os personagens que ativam esta ou aquela condição. Falta-lhes o caráter e a altivez para lutarem contra as injustiças, pois se alimentam delas ao mesmo tempo em que se imolam para sua engorda.
Ando ao lado dos humildes para fortalecer meu aprendizado de viver. Mas nesta caminhada já aprendi a medida certa de meu comportamento para neutralizar as ardilosas atitudes dos aproveitadores diante de meus atos de simplicidade. O importante é reconhecer que a  única autoridade diante da qual me curvo é a dignidade. Isso é o que me confere a condição de cidadão, maior posto que reconheço.

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