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domingo, 26 de maio de 2013

Esperando Geraldo




Três diretores à procura de um ator. Marcos Veloso, Jacinto Moreno e Fábio Mozart nesta manhã de domingo, na frente do Teatro Lima Penante, esperando Geraldo Moraes que não apareceu.

Depois eu soube que Geraldinho estava hospitalizado, com uma virose, a doença da moda. Justificado. 

Seria a primeira reunião para a produção de um espetáculo teatral chamado “Dactilografia”. Remaremos em mais um barquinho furado no raquítico espaço reservado a quem se propõe a produzir arte neste Estado. A velha choradeira de sempre: falta espaço, dinheiro, incentivo, público e mídia. Nem sempre nessa ordem. 

Mas, quem é do mar não enjoa. Eu, por mim, prefiro ficar sempre em movimento, mesmo que seja em torno de mim mesmo, pra não enferrujar.

No Teatro Lima Penante, apenas um espetáculo em cartaz: “Anáguas”, do Grupo Oxente de Teatro. As salas vazias, nenhum movimento. Senhores condescendentes estão sentados enquanto manobram para acabar com o Núcleo de Teatro Universitário na Avenida João Machado. A Universidade Federal da Paraíba inaugurou um grande teatro, quer se desfazer do Lima Penante, um dos poucos espaços do amadorismo. 

Os três velhos teatristas, eu, Veloso e Jacinto, sentamos na calçada com aquele cuidado dos que não querem deixar aparecer a anágua e recordamos velhos tempos de glória, como três velhas senhoras saudosas e impotentes.
   

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