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domingo, 14 de abril de 2013

POEMA DO DOMINGO


Almirante da Nau Catarineta passando em revista seus marujos


Almirante de longo curso

Eu me lembro do meu tempo de antanho
Quando então desafiava meus desejos,
Configurando o instinto mais estranho
Com a ânsia de viver e seus festejos.

Ao bater do coração cheio de pejos,
Procurava meu lugar junto ao rebanho.
No silêncio dos meus sonhos benfazejos
Gozava inteiro o prazer, esse era o ganho.

Inseguro, acanhado e inibido,
Imaginei que podia ser herói
Do universo quieto e arrefecido
Que o timorato sonha, pensa e constrói.

Sempre inquieto, navega o almirante
Por esta vida em cursos mais diversos;
Jocoso, triste e enlevado amante,
Desimpedido a expressar-me em versos.

F. Mozart

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