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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Prefeita e deputados não comparecem à manifestação dos agricultores em Pilar



Carcaças foram expostas em frente à Câmara de Pilar


A prefeita de Pilar, Virgínia Veloso, não esteve presente ao ato público realizado ontem (01) em Pilar pelos agricultores, para reivindicar melhores condições de enfrentamento à estiagem que castiga a região. Convidados, também os deputados Manoel Júnior, Efraim Filho e Assis Quintans também não estiverem presentes à manifestação. A reportagem anotou presença de Tom Maroja, ex-prefeito de Juripiranga, vereador Augusto, Presidente da Câmara Municipal de São Miguel de Taipu, Flávia Maria, Presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural de Pilar, Roberto Filho, Presidente da Cooperativa do Leite, Murilo Barbosa, Presidente da Câmara de Pilar e alguns vereadores, entre eles Junior Locutor. Para Roberto Filho, a ausência da prefeita e dos deputados que representam a região na manifestação dos agricultores “demonstra falta de compromisso e sensibilidade em relação à causa do pequeno produtor rural”.

Tom Maroja discursou pedindo mais atenção do Governo para esta parte da zona da mata, de terras férteis esperando somente investimento e apoio. “Temos agora a barragem de Acauã que alimenta o rio Paraíba até Pilar, uma vazante propícia ao cultivo, e não vemos nenhum investimento de peso para a redenção desta parte do vale do Paraíba”, disse ele.

José Epaminondas, um dos agricultores presentes ao ato público, disse que está torcendo para que o movimento ganhe força. “Mas espero que não se transforme em mais um movimento político só para promover candidatos, porque político sempre costuma explorar a boa fé do matuto”, disse ele.

A presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Pilar, Flávia Maria, esclareceu que o objetivo do ato público é chamar atenção da Presidenta Dilma para a situação do agricultor na região. “No Município de Pilar, os agricultores não têm como produzir, não há plantações que resistam a essa estiagem, o gado está morrendo de fome, como simbolizam essas carcaças que colocamos na frente da Câmara.” Ela reclamou da atitude do Banco do Nordeste que, segundo Flávia Maria, “está intimando e amedrontando o pobre agricultor para quitar suas dívidas, quando ele não tem nem dinheiro pra comprar ração dos seus poucos animais que restam, por isso estamos encabeçando este movimento, juntamente com o líder dos mutuários, Jair Soares, que pede a presença em massa dos agricultores parar assinar o Abaixo Assinado SOS SECA, no intuito de pressionar e sensibilizar o governo para que direcione ações específicas urgente”. Ela cita a questão da falta de água e perdão das dívidas dos agricultores como medidas de máxima urgência. Flávia também pede ao Governo Federal que amplie o número de vagas para o município de Pilar, pois cerca de 70% da população pilarense é composta por agricultores e o número de atendidos pelo beneficio é  insuficiente. “É importante também a intensificação da parceria dos produtores rurais com a Secretaria de Agricultura, Câmara e Sindicato, “pois só assim o Conselho se fortalecerá para lutar pelo trabalhador”, acrescentou ela.
Agricultores presentes ao ato público (Foto e reportagem: Evanio Teixeira)

Um comentário:

  1. Louvável essa iniciativa.
    Compartilho poema sobre o tema.

    O GRITO DA SECA

    Há um grito gemendo
    Ecoando no ar
    E não precisa se ouvir
    Para acreditar.

    Que grito é esse
    Que vem dos sertões?
    Rasgando os pulmões
    Quem está a gritar?

    Já deu no jornal
    Da capital federal,
    Já passou no birô
    Do governador.

    Esse grito que ecoa
    Tão forte agora,
    Ah! Se fosse daqueles
    Que muda a história!

    É um grito, não ouças!
    É um grito, não sintas;
    São crianças famintas
    De algum lugar!...

    Os que pensam assim
    É difícil entender
    Porque pedem o voto
    Pra nos defender.

    Os homens que têm
    O poder de mudar
    Por que querem que o grito
    Continue a gritar?

    É difícil mudar?
    Porém duvidamos;
    E se fossem seus filhos
    Que estivessem gritando?

    Há um grito de fome,
    Há um grito de sede;
    Há um grito de horror,
    De morte e de medo!

    É o grito da seca
    Que vem dos sertões,
    Atrás de guarida,
    Rasgando os pulmões!

    O Nordeste que é terra
    De um povo forte,
    Como pode vencer
    Essa sentença de morte?

    Há familias buscando
    Socorro no mato;
    Em vez de feijão
    Estão comendo cacto!

    Há criança andando
    Quilômetros na estrada,
    Só para buscar
    Uma lata de água!

    Não! O Nordeste não é
    Um filho viril
    Da nossa pátria,
    Do nosso Brasil!

    Basta uma ação,
    Uma ação de governo,
    Pra fazer paraíso
    O que hoje é ermo.

    Aonde só tem
    Crianças com fome,
    O gado caindo
    E o povo sumindo!

    Deixando o sertão
    Pra grande cidade,
    Buscando comida
    E felicidade.

    Ai, meu Deus!
    Como é triste se ouvir
    Um grito que quer
    Nosso peito partir.

    Um grito que busca
    Uma nova esperança,
    E que sai tão fraquinho
    De uma criança...

    O céu escurece...
    A chuva aparece...
    Ajude meu Deus,
    O pobre Nordeste!

    ANTONIO COSTTA

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