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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

JARARACA E RATINHO



Dupla sertaneja formada em 1927 pelo violonista José Luís Rodrigues Calazans, o Jararaca, nascido em Maceió (AL), a 19.09.1896, e falecido no Rio de Janeiro (RJ) a 11.10.1977, e pelo saxofonista Severino Rangel de Carvalho, o Ratinho, nascido em Itabaiana (PB), a 13.04.1896, e falecido em Duque de Caxias (RJ), a 08.09.1972.

José Luís encontrou Severino em 1918, nas rodas artísticas do Recife. Começaram a tocar juntos, organizando um grupo, Os Turunas Pernambucanos, onde apareciam ao lado de Pirauá, Romualdo e João Frazão, violonistas, Robson, cavaquinista, Artur Souza, percussionista, e um vocalista não identificado, que usava o pseudônimo Preá.

Todos os seus integrantes adotavam apelidos de bichos, permanecendo os de Jararaca e Ratinho, mesmo depois de sua dissolução: Juntamente com os Turunas da Mauriceia, influenciaram a música carioca no final da Década de 1920 e começo da Década de 1930, como pode ser verificado no grupo Bando de Tangarás, criado no bairro de Vila Isabel, que contava entre outros com Noel Rosa, Almirante e Braguinha.

Em 1921, os Turunas Pernambucanos exibiram-se por 15 dias no Cine-Teatro Moderno com o conjunto Oito Batutas – formado por Pixinguinha, saxofone e flauta, Donga, violão, China, voz, violão e piano, Raul Palmieri, violão, Nélson Alves, cavaquinho, José Alves, bandolim e ganzá, Jacó Palmieri, pandeiro, e Luís Oliveira, bandola e reco-reco –, que visitava o Recife. Foi o estímulo decisivo para o grupo, convidado então para os festejos do Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1922, fazendo grande sucesso com suas emboladas, cocos, choros, valsas e seus trajes típicos: alpercatas e chapéus de couro.

Desfazendo-se os Turunas, formou-se a dupla na inauguração do Teatro Santa Helena, na Praça da Sé, São Paulo, em 1927, empolgando o público com emboladas e esquetes humorísticos, geralmente satirizando o momento político vivido na época. Seus quadros exploravam também situações envolvendo “turcos”, caipiras e gente da roça.

Ratinho imortalizou-se como saxofonista, ao compor e gravar o choro Saxofone, Por Que Choras?, item obrigatório em qualquer antologia chorona. Jararaca, por sua vez, não deixou por menos, isso no âmbito do Carnaval Brasileiro. A marchinha Mamãe, Eu Quero, dele e de Vicente Paiva, é até hoje a mais tocada e cantada em qualquer festejo momesco, seja nos salões ou nos blocos de sujo.

Ratinho é conterrâneo de outro Severino imortal: Severino Dias de Oliveira, o grande mestre Sivuca.

Raimundo Floriano

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