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domingo, 2 de dezembro de 2012

Bandolim de guerra



Eu com o CD de Wilson do Bandolim, Wellington Costa e Dalmo Oliveira no estúdio da Rádio Tabajara da Paraíba.

Quando fevereiro chegar, pretendo levar o grupo de música regional “Choro Prateado”, de Cabedelo, para o lançamento dos novos livros de Fábio Mozart no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana. O grupo é liderado pelo Wilson do Bandolim, 83 anos de música, ele que foi parceiro do grande bandolinista itabaianense Artur Fumaça nas décadas de 40/50.

Ontem, no programa “Alô comunidade”, recebemos o filho de Wilson do Bandolim, meu compadre e colega ferroviário Wellington Costa. Nosso país foi ocupado pelas armas do nosso próprio Exército, pela cultura alienígena e por outros instrumentros menos palpáveis, e o que resta é a resistência de artistas do nível de Wilson do Bandolim, movendo-se indiferente aos modismos e a infâmia cultural de nossos dias. 

Toda quinta-feira, em Cabedelo, os velhos músicos se reúnem para tocar e celebrar o bom tom do chorinho brasileiro e correlatos, ainda que tangidos pelo avanço da Frente pelo Aniquilamento do Bom Gosto e da Verdadeira Arte, ante a qual parece vã toda resistência. Não é iminente, porém a rendição de guerreiros como Wilson do Bandolim e seus parceiros. Não iremos renegar a bandeira contra a falta de autenticidade. Chamam-nos de puristas dos costumes por reivindicarmos uma expressão artística de raiz brasileira. Prefiro acreditar que a verdadeira arte é imune a todo esse lixo que querem nos impor.

Ofertamos CDs do bandolinista Wilson para nossos ouvintes. Só um rapaz ligou pedindo o disco de chorinho. Acredito que, se a cortesia fosse um disco de Calcinha Preta, Calcinha Fedida, Garota Arrombada ou qualquer fuleiragem do tipo, certamente a demanda seria muito maior. Tem nada não. A História, ela mesma, se encarrega de corrigir seus equívocos e restaurar o belo que as restrições do mercado embaraçam.

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