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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Zé Maranhão passa calote nos artistas da Paraíba


Meu compadre Marcos Veloso reclamou na Justiça, mas até hoje não recebeu a grana do governo.

Jornais informam: “Ricardo Coutinho lembra que José Maranhão, quando governador, não lançou edital e não pagou FIC de 2008.” Aproveito para lembrar que em 2002, meu projeto “Teatro vai à escola”, inscrito e aprovado no Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos (FIC), no valor de R$ 5 mil reais, não foi pago até hoje, apesar de aprovado pela Comissão Estadual de Desenvolvimento Cultural e publicado no Diário Oficial do dia 15 de novembro de 2002.

Marcos Veloso, o dramaturgo apaixonado também por teatro, estava aqui em casa outro dia falando da dificuldade de apoio para projetos culturais, lembrando justamente do seu projeto para montar a peça “A peleja de Lampião com o Capeta”, de minha autoria, aprovado pelo Governo de então e jamais pago pelo Fundo Estadual de Desenvolvimento da Cultura. Lembrando que Maranhão renunciou ao governo em 2002, assumindo o vice, Roberto Paulino, que também fez ouvido de mercador para os reclamos dos artistas premiados e ludibriados.

Não digo que a era Maranhão foi uma fase morta, onde nada acontecia na área cultural. Mas esse governo do senhor José foi marcado pelo calote do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos. “Cavalo Marinho de mestre Ciço” foi outro projeto de Itabaiana que ganhou R$ 7.500 reais e nunca viu um tostão dessa grana. O projeto é assinado pela artista plástica Jandira Lucena. 

Alguém já me disse que essa não foi a primeira vez que o Governo não pagou projetos aprovados. Artistas sem articulação, que não conhecem jornalistas, que não conhecem pessoas que trabalham nessas secretarias, acabam sem receber. E não adianta entrar na Justiça. Marcos Veloso cobrou a grana do seu projeto na dona Justa, ganhou, mas não levou. Até hoje a dívida passeia nas gavetas das secretarias estaduais. 

Tenho fama de reclamador. E até certo ponto, sou mesmo. Mas, desisti de procurar meu direito na Justiça, para não ter mais raiva e frustração. Nem fui tentar apurar de quem foi a responsabilidade por esses projetos terem sofrido calote. Só digo uma coisa: o governador da época era José Maranhão, chefe maior das secretarias que não honraram os pagamentos aos artistas. 

Meu compadre Ameba acha que deveriam abrir uma investigação por parte do MP e polícia para saber sobre este calote, onde foram parar os recursos alocados. Compreender por onde esse dinheiro fez a volta para fugir do meu bolso.

Artista de tempo integral, porque gosto e acredito, continuo fazendo música, teatro, cinema e literatura. O mesmo faz Jandira Lucena, Marcos Veloso e tantos outros artistas com sua capacidade imensa de trabalhar a partir do nada, na rua, no palco, nas telas, atuando, tocando, dançando, interferindo, encantando a vida. Portanto, salve a arte e abaixo os caloteiros!

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