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sábado, 4 de agosto de 2012

Lembrança de Nô Almeida e família


Lia Almeida, meu irmão Nôca, Nô Almeida e meu pai, Arnaud Costa

Lembro dos nomes de nosso círculo de amizades dos antigamentes, entre eles a família de Nô Almeida, a sua casa sempre cheia de amigos, comandada com mão de fada madrinha pela esposa, a incansável Lia.

Lembro dos dias de carnaval na rua de Nô, olhando passar a tribo indígena de mestre Mocó ao som do pífano de Risadinha, o compasso da música, estranho e encantador, o estandarte enorme, o cocar de pena do pajé. Tempos em que Itabaiana do Norte tinha líderes iguais a Nô Almeida, gente que era povo, que praticava a solidariedade por obrigação do coração e não pela hipocrisia da política clientelista.

Com respeito, reverência e alegria, saúdo os filhos de Nô, Rosane e Renato. Pela vontade do destino serão continuadores do estilo de vida dos pais, pelo menos no que concerne ao amor pela sua terra e seu povo.

Agradeço ao Artur pela remessa da foto. Eu, de minha parte, fico torcendo esperançoso  para que Rosane receba os troféus da consideração geral em forma de votos e assuma uma cadeira na Câmara, aquela que foi do seu pai, porque Itabaiana do Norte deve essas considerações ao político, animador cultural e grande figura humana que foi Nô Almeida.

A tribo de índios já se esconde na esquina do tempo. O pelotão cambaleante, de esquisita harmonia, desapareceu na duração relativa das coisas. Entretanto, mesmo diante da fratura generalizada de nossa cidadania nesse momento/acidente, o estandarte de líderes imortais ainda é visível nos carnavais eternos do inconsciente coletivo. Agora, um cordão de aproveitadores faz terra arrasada onde antes havia delicadeza e respeito ao irmão daqui. No meio do pelotão da resistência, estandartes com figuras iguais a Nô Almeida a lembrar que Itabaiana do Norte é eterna, teimosa e fortalecida na memória dos seus filhos ilustres, presentes na ronda coletiva dos sonhos que quase não existem, abafados pela mediocridade dessa vida.

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