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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

FATOS PITORESCOS DO FUTEBOL – VI



União de Itabaiana na década de 60

HENRIQUETA

João de Henriqueta era marchante em Sapé e centro-avante do time Confiança. Forte como um touro, derrubava boi com um murro. O árbitro José Maria Fontenelli, de João Pessoa, anulou um gol de João. Levou tremendo soco que desmaiou em campo.

JUIZ EXPULSO

Em outra partida em Sapé, Tiba tomou o cartão vermelho do árbitro e o expulsou. Depois, jogou o cartão na cerca de avelóz que circundava o campo.

BODEIRO

Bodeiro apitava os jogos no campo da Mangueira, no sítio Entroncamento, município de Cruz do Espírito Santo. Reunia os dois times no meio do campo e rasgava o cartão amarelo. “Só trabalho com o vermelho”, explicava.

CAVEIRINHA

Caveirinha atuava no quadro de árbitros da Liga Mariense de Futebol. Bateu todos os recordes de agressão a juiz de futebol. Em um só dia, apanhou três vezes em três partidas diferentes. Pela manhã, levou uns cascudos na pelada de veteranos. À tarde, foi chutado por um atleta violento na preliminar do campeonato local, e à noite levou uns tapas na quadra de futebol de salão.

IVAN BEZERRA

É um dos maiores comentaristas de futebol da Paraíba de todos os tempos. Ainda hoje atua na Rádio Tabajara. É itabaianense da gema, filho de João Mazu. Seu pai era gerente da “Casa do Povo”, do ex-prefeito Pinto Ribeiro. Ao falecer, Ribeiro deixou sua loja para o pai de Ivan, como indenização.

JOÃO CAVALCANTE

João Cavalcante era presidente do União de Itabaiana. Criava umas vaquinhas, as quais botava para pastar no estádio Severino Paulino, campo do União. Seu filho, Joãozinho, jogava no time rival, o Vila Nova. Meia esquerda valente, Joãozinho se superava quando jogava contra o time do pai. “A vontade é dele, joga onde quer”, respondia João Cavalcante a quem censurava sua liberalidade doméstica.

CRISE DE IDENTIDADE

Martins Júnior era o narrador esportivo da Rádio Cultura de Guarabira, maior rival da Rádio Rural da mesma localidade. Em certa transmissão, Martins trocou os nomes das emissoras no ar. Falou na rádio Rural no microfone da Rádio Cultura. O empresário João Rafael mandou tirar o locutor do ar por tamanha gafe. Detalhe: João é dono das duas estações de rádio.

CHAMA O SARGENTO (1)

Sargento Zé Avelino era delegado de Mogeiro. Jogo entre o Mogeiro Futebol Clube e Vila Nova de Itabaiana, pênalti mais que duvidoso contra o time visitante assinalado pelo árbitro Nivaldo Veiga. Confusão habitual na área, o juiz mandou chamar a autoridade máxima, o sargento Avelino que não entendia nada de futebol. Depois de ouvir as explicações do árbitro e dos atletas, o sargento indagou: “É contra ou a favor de Mogeiro? Se for a favor, eu autorizo”.

CHAMA O SARGENTO (2)

O goleiro do Vila Nova defendeu duas vezes o pênalti. Na terceira tentativa, a bola bateu na trave. O juiz mandou executar a falta máxima novamente, alegando irregularidade. Zé Avelino entrou em campo empunhando sua pistola Parabellum e mandou o goleiro sair do gol. O pênalti, enfim, foi convertido para o time local.

BIU AMARELO

Outro juiz de futebol de Mari, Biu Amarelo era exímio jogador de baralho. Seu bandeirinha era Pajeba, também ás do carteado. “Hoje, vamos jogar sueca”, disse Biu ao seu auxiliar, em determinada partida. Tradução: era para ficar de olho nos meias e no centro-avante do time visitante. É que o baralho de sueca não contém as cartas "8", "9" e "10".

SINEZINHO

Sinezinho gostava também do carteado e jogava na meia cancha do Picolé Futebol Clube de Mari. Eterno reserva, certo dia foi escalado pelo técnico Nequinho, que explicou: “Sinezinho é bom de biriba, onde sempre tem uma carta do lixo que serve pro nosso jogo.”

DILÚVIO

União de Itabaiana foi jogar em Timbaúba contra o esquadrão do Estudantes Futebol Clube. Ocorre que não foi possível a realização da peleja por causa de fortes chuvas caídas na cidade pernambucana. O zagueiro Índio exagerou: “choveu tanto que a Rádio Clube dava a notícia enquanto minava água do meu rádio ABC A Voz de Ouro.

TREINAMENTO

Atletas do União, sob o comando do Cabo Totô, saíram praticando exercícios físicos pelas cercanias da cidade. Índio desapareceu do grupo, vindo a se apresentar no dia seguinte. Explicou: “na carreira que eu vinha, fui parar em Cabedelo. Aproveitei e comprei quatro cordas de caranguejo Uçá, vim até Itabaiana tangendo os bichinhos pela estrada com um pau. Só perdi três caranguejos”.

MANGUEIRA

O Mangueira Futebol Clube, de Entroncamento, participou do campeonato amador de Cruz do Espírito Santo em 1991. Contabilizou 19 partidas, com 19 derrotas, apenas 4 gols marcados e 88 gols sofridos. Números de causar inveja até mesmo ao famoso Íbis do Recife.

SEM ORDEM

João Peão era árbitro em Mari. Mandou seu auxiliar Bibiu ler os nomes dos atletas por ordem alfabética. “Só se for por ordem analfabética, porque eu não sei ler”, disse Bibiu.

(Do livro "Fatos pitorescos do futebol", de Arnaud Costa, inédito)

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