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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Como levar para o céu o maior número de almas sem fazer esforço



Formada a confusão na Assembléia Legislativa da Paraíba para votar empréstimo da Cagepa. “Quem for contrário, fique de pé”, disse o Presidente Marcelo Ricardo. O pastor Jutahy ficou de pé, depois sentou, isto é, votou contra e a favor ao mesmo tempo. 

Depois, na contabilidade geral, faltou um voto para o Governo ganhar a parada. Como bom adesista, o pastor se apresentou dizendo que havia votado a favor, e a Mesa contabilizou seu voto contrário. “Foi um equívoco, exijo recontagem”, reclamou o pastor da Igreja Universal. O deputado Marcelo Ricardo mandou passar o vídeo gravado da sessão, onde aparece o pastor Jutahy animado, em pé, votando contra o Governo e, por tabela, contra a Cacepa e suas águas turvas. 

O episódio grotesco lembrou meu tio Gonzaga, que já viajou para o andar de cima. Pastor evangélico desses de resultado, o Missionário Gonzaga não dormia no dia em que não salvasse pelo menos uma alma do inferno. Seu método era direto e, de certa forma, um golpe baixo na psicologia das pessoas simples dos seus auditórios salvacionistas. No final do culto, ele gritava para a platéia:

--- Quem quer ir para o céu, levante a mão!

Com a assistência em peso na fila do céu, tio Gonzaga arrematava o golpe:

--- Agora, quem quiser ir para o inferno, baixe a mão! 

Claro que ninguém baixava a mão. Ele então descia ao auditório e catava os visitantes, “novos convertidos” pelo método nada ortodoxo do pastor. 

Diga-se em favor do pastor Gonzaga que ele morreu pobre. Naquele tempo, não havia ainda a febre das igrejas neopentecostais “pegue pague” e seus pastores salafrários, estelionatários espirituais. Ser pastor naquele tempo era não ter outro interesse senão pregar sua doutrina sem se envolver nos negócios deste mundo. Certos missionários e padres de hoje buscam mais riquezas, fama e posição.

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