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sábado, 16 de junho de 2012

TIJOLINHOS DO MOZART





Esse cabra da foto é o mais novo integrante do nosso programa radiofônico “Alô comunidade”, transmitido aos sábados pela Rádio Tabajara e retransmitido por várias emissoras comunitárias e sites da internet. O comunicador é Roberto Palhano, remanescente de lutas heróicas e etílicas em nossa Itabaiana do Norte nos tempos idos, vividos e curtidos. Boa sorte ao Palhano na sua nova missão.

Eu queria fazer um documentário sobre mulheres e rádios comunitárias, mas que fosse de ótima qualidade, bem produzido, com um roteiro inovador, divertido e criativo. Não superei meus próprios desafios. O curta “Feminino Plural” não esteve à altura do tema, apesar do esforço do jovem diretor Rodrigo Brandão. Fica pra próxima.

Enquanto eu não arrumo tempo e vergonha para começar o projeto teatral sobre Augusto dos Anjos, vou lendo material novo sobre o poeta. O livro “Augusto por Augusto”, do professor Idalmo, acabou de sair do forno. Fui o primeiro a ler, depois do autor e do digitador. Idalmo é uma espécie de referência moral e ética de minha geração. Ele mandou rodar apenas 50 exemplares do livro. Um deles é o que acabei de ler.

Sou o que se poderia chamar de petista histórico. Fui o primeiro presidente do PT em Itabaiana, no recuado ano de 1981. Diante da aliança do PT de São Paulo com Paulo Maluf, observo que nunca jamais em tempo algum um partido que nasceu progressista desceu tanto moralmente em tão pouco tempo.

“Entrou em coma na decada de 80 e acordou agora... Vai assistir o horário eleitoral, observa os acordos e pede remédio pra dormir”. – De Mário Gomes sobre os acordos petistas malufistas.

“Político é igual a manga: quando está no período, faz a alegria do pobre”. – Sobre o ato ”humanitário” de Cícero Lucena, doando sangue no hemocentro.

Ontem estive na Rádio Tabajara AM com Dalmo Oliveira fazendo o programa “Alô comunidade”, às 14 horas. Estamos há um ano no ar “de chocalho tampado”, como se diz no interior, como vanguarda do movimento de rádios livres e comunitárias. O resto é peleguismo e oportunismo sem glória.

Zé Ramos, meu compadre em Itabaiana, almeja construir com o povo um novo futuro possível além do esgoto administrativo com tudo de ruim herdado de mais de duas décadas de atraso. Miséria, desemprego e barbárie foi o que restou naquela outrora Rainha feliz.

Decidi ir à luta porque a vida é curta.  A situação alarmante e trágica de Itabaiana justifica meu voto.

Segundo pesquisa recente, 58% dos moradores de Itabaiana querem o continuismo, estão dispostos a legitimar o caos. Questionamos duas coisas: a veracidade da pesquisa e a sanidade de quem vota no opressor. Mas há, sim, uma hegemonia do pensamento individualista no eleitorado, principalmente no interior. A maioria vota a troco de migalhas ou promessas vãs de emprego na prefeitura.

Comecei a alimentar um novo sonho, o de ver minha cidade  administrada com responsabilidade e espírito público. Simples e elementar, mas distante de nossa realidade atual.

Todos os dias reescrevemos nossa própria história. Que tal acrescentar variantes de finais felizes e contribuir com o mínimo que seja para a melhoria da vida na coletividade!  

As pessoas têm seus conflitos, reclamam, exigem, cobram, têm suas vaidades, suas preferências. Viver socialmente é estressante. Prefiro estar na toca.

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