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sexta-feira, 1 de junho de 2012

SANEAMENTO BÁSICO: UMA QUIMERA


Como bem define o poeta  Jessier Quirino,  “conversa de político é igual a coceira: só quer um pezinho e pronto. Quando em campanha o candidato “aperta até mão de cotó”, prometendo uma infinidade de realizações , caso seja eleito: postos de saúde, hospitais, moradia, emprego, segurança e educação da melhor qualidade para todos.
Mas falando sério, não vejo nas manifestações de nenhum  dos pré-candidatos a prefeito de Itabaiana, falar em saneamento básico para o município. Talvez seja porque seja um tema sem futuro: as obras demoram muito a acontecer, os operários trabalham, em sua maioria,  submersos,  a obra não aparece para o povo, não rende votos, e quando da inauguração, apenas o prefeito lá se encontra próximo à tampa de ferro,   sem discurso,  ladeado por alguns  puxa-sacos.
O tema vem à baila porque desde que me entendo de gente, e isso já faz mais de trinta anos, não vejo uma obra de realce voltada para minorar os graves problemas de falta de saneamento, principalmente nas ruas que cortam a cidade, podendo mencionar aqui o bairro do Cochila, Rua das Fores, Praça da Igreja, Rua da Cadeia, até desembocar no Rio Paraíba, que recebe todos os dejetos que lá deságuam, inclusive o  lixo hospitalar.
Segundo dados publicados pelo IBGE no ano de 2010, cinqüenta por cento da população brasileira não é servida por rede de esgotos. Em Itabaiana a situação é mais grave ainda, porque esse índice chega a cem por cento. Isso é alarmante. As conseqüências dessa falta geram prejuízos à saúde dos munícipes, notadamente as crianças com o aumento de internações que poderiam ser evitadas para os casos de diarréias, verminoses, gastrenterites etc.
Apesar dos males causados à saúde com essa falta de saneamento, os nossos gestores enxergam o assunto como uma despesa desnecessária, mas na verdade é um investimento. A Organização Mundial de Saúde preconiza que cada real gasto em saneamento corresponde a uma economia de quatro reais com saúde. Isso fica visível no número de crianças atendidas nos ambulatórios e nas unidades hospitalares do município. Quem tem filhos em tenra idade  sabe do que estou falando. Se tiverem dúvidas perguntem aos pediatras que atendem diariamente os bambinos daqueles que residem nas proximidades das áreas mais críticas a que me referi.
Alguns poderão dizer o quanto é chato  tratar de excrementos e sua destinação neste espaço, mas acho necessário,  a título de  contribuição para iniciar um debate em torno do assunto: esgoto sanitário – obra que não se vê, mas pode muito bem fazer uma grande diferença, quando daqui a um determinado tempo as novas gerações passem a comemorar uma  queda nos índices de internações em unidades de saúde  e, consequentemente, uma diminuição na   mortalidade infantil. 

Joacir Avelino
            

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