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quarta-feira, 23 de maio de 2012

O caso do xêxo eclesiástico


Em Itabaiana do Norte, minha amiga Gil Costa repercute as fofocas que eu escrevo aqui na Toca do Leão em seu programa na Rádio Itabaiana FM, todas as manhãs. 

Consulto todos os dias a sessão de recados dos leitores do blog “Itabaiana Hoje”, onde o direito constitucional do povo de futricar é garantido. A polêmica mais recente é o caso da missa mandada celebrar por um tal de Zé Gambá em louvor aos motoristas. O padre rezou a missa fiado, mas não recebeu o combinado. 

Devo esclarecer que futricar significa fuxicar, mexericar sobre a vida alheia, esporte muito praticado nas pequenas cidades onde a realidade escapa por todas as fissuras da imaginação de um povo desocupado e bisbilhoteiro.

Em tom ameaçador, um tal de Cícero ligou para minha secretária ad hoc Clévia Paz, para dizer que os motoristas não têm nada a ver com o xêxo que o padre sofreu, sendo a culpa do tal Zé Gambá. Pediu direito de resposta e eu concedo. Fica então registrado que a ira do padre recaiu sobre Zé Gambá, o homem que enganou o vigário.

“Quero informar que Zé Gambá já pagou pela noite dos motoristas. Ele apenas atrasou o pagamento por dois dias. O problema é que o padre de Itabaiana errou de profissão. Ele deveria ser banqueiro. Vai gostar de dinheiro assim no Vaticano!” escreveu um rapaz por nome Noberto.
Outro gozador, o Marcos Antonio, publicou: “Zé Gambá não pagou a noite dos motoristas ao padre Dorgival. A coisa fedeu! O padre está revoltado e já disse: no próximo ano, se não pagarem adiantado, não realizo nem procissão pra jumento, imagine pra Gambá”.

A propósito, cito fala do meu querido padre Telmo José: “Temos de fazer das nossas comunidades cristãs um espaço em que todos possamos nos sentir na “casa do Pai”. Uma casa acolhedora e quente onde a ninguém se cerram as portas, onde a ninguém se exclui nem discrimina. Uma casa na qual aprendemos a escutar o sofrimento dos filhos mais desvalidos de Deus e não só o nosso próprio interesse. Uma casa onde podemos invocar a Deus como Pai porque nos sentimos os Seus filhos e procuramos viver como irmãos”. Mas isso é outra história que nos faz lembrar a figura carismática e simples do padre Carlos. 

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