Páginas
▼
domingo, 20 de novembro de 2011
POESIA DO DOMINGO
Minha vida é um trem desgovernado
Minha vida é assim e nada muda
Nos vagões desse trem desgovernado
Onde sou carcereiro e apenado,
Guarda-freio ao léu pedindo ajuda.
Rogo a Deus lá do céu que me acuda,
No caminho de ferro dê a pista
E aponte no meio dessa lista
O astral da fortuna detalhado,
Minha vida é um trem desgovernado
Sem destino, controle ou maquinista.
Fui largado no meio do caminho,
Ambulante de mera fantasia,
Vivo assim sem registro todo dia
Enfrentando tufão, redemoinho,
Minha cama é feita de espinho,
Em vagão cruel e determinista,
Portador de bilhete fatalista
Que não leva ao destino desejado,
Minha vida é um trem desgovernado
Sem destino, controle ou maquinista.
O farol desse trem nada ilumina,
Deslizando nos trilhos da paixão,
Pára sempre na mesma estação
De lembrança cruel que alucina,
Detonando dose de adrenalina
Na cabeça do pobre repentista
Que por isso só vive pessimista,
Sem alento e desorientado,
Minha vida é um trem desgovernado
Sem destino, controle ou maquinista.
F. Mozart
Oi Fabio, boa tarde: Gostei - MINHA VIDA É UM TREM DESGOVERNADO -.Eu sou da Escola antiga, só gosto de poesia rimada. Se não tem terminação de som no fim de um ou dois versos, é prosa, que muitas vezes é poética. Toda poesia que você nos presenteia, em seu blog, eu leio. Mas falta-me o entusiasmo para comentar. Um abraço da comadre Lourdinha
ResponderExcluirOi Fábio: Eu tenho uma imensa saudade do trem de ferro. Viajei muito de cavalo do engenho em Areia para Alagoa Grande, onde pegava a locomotiva que ia me trazer para estudar na capital. Eu vinha chorando o caminho todo e meu pai aborrecido com meu pranto perguntava: quer ficar analfabeta? Como se eu aprendi a ler, com os folhetos que meu avô comprava nas feiras e me levava para recitar para ele. Minhas lágrimas era de saudades dos irmãozinhos pequenos que deixei para trás. Quando eu voltava em dezembro, sempre encontrava um recém-nascido... Dos 12 filhos, minha mãe criou 9. A vi chorar muitas vezes pelos 3 anginhos que foram aumentar a corte celestial. Voltando ao assunto lá de cima. Lembrada da "Maria Fumaça" de Ascenso Ferreira? Adoro esse poema.
ResponderExcluirOi Fábio, o banzo está chegando, até amanhã. Da comadre Lourdinha