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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Carta de Geraldo Xavier


Prezado Fábio:

Li de um fôlego só o livro "A Voz de Itabaiana e outras vozes". Parabéns. Você consegue conciliar sua paixão pela arte com a paixão pela cidade.

Mas, não fique triste por ter nascido em Timbaúba... Papai também nasceu lá... Mas, mesmo que você o tenha encontrado centenas de vezes, não lembrará. Ele foi "cabeceiro" ali naquela lugar onde a José Silveira passa a ser João Pessoa. Estivador na época de João Pabulagem e Zé Quarenta e Um. Ele, o irmão Aprígio e o sobrinho Raminho (aquele que só tem um braço).

Nasci no Alto da Panelas e terminei "entendendo" de panelas de barro. A rua hoje tem outro nome. Nada contra, pois estudei com Joinha e fui aluno da irmã dele, Maria José. Naquele tempo em que estudava com Fernando e Vital, filhos de uma grande mulher, carinhosamente chamada de Dona Pichitita.

Acredito que a gente tenha se encontrado algumas vezes, pois você cita pessoas com quem convivi, como o Poty. Contudo, pertencíamos a "clubes" diferentes. Mesmo que em nossa juventude não estivéssemos ligados a tais "posicionamentos", eu era o filho de um estivador. Eu, como nosso querido Chiquinho (que se aposentou no Banco do Brasil), dependi da ajuda que Dr. Almeida nos proporcionava (livros e farda), como Chiquinho bem lembra.

Você cita outros nomes da "turma pioneira do CEI", como Werber e Zé Maria Filho. E Gilberto de Mário, da turma seguinte.
Lembranças a Gaudioso e Walter Germano (Salgado), Wilson e Terezinha (Mogeiro) e, principalmente, a turma de Campo Grande, Fernando Almeida, Mércia, Jorge, Daniel e Osvaldo Filho. E também para José Medeiros e seu irmão Jurandir e David e Antonio José, filhos de ferroviários como você. Chico e Josinaldo é um caso à parte.  Afinal fomos duas vezes colegas de trabalho.

Fiquei contente ao saber que a Rua da Gameleira foi "rebatizada" com o nome de meu padrinho Ananias.

Um abraço carinhoso no professor Luizinho.

Espero em breve lhe dar notícias sobre um romance meu onde a tal mina de gasolina está "retratada".

Geraldo Xavier – Vitória da Conquista/BA
Membro da Academia Conquistense de Letras


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