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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Rock de Vladimir

Vladimir e Herbert Vianna


Compadre Fábio,

                        Nas suas crônicas diárias publicadas na Toca do Leão, vez ou outra eu leio alguma coisa sobre Vladimir Carvalho, filho de Itabaiana e um dos melhores documentaristas do Brasil. 

                        De uma geração de cineastas brasileiros despontados na década de 60, que tinha como ícone Glauber Rocha, não é de estranhar que Vladimir Carvalho, com seus 76 anos  de idade, sem aparentar o passar dos anos, mais parece um garoto.

                        Para surpreender, como sói acontecer com os gênios, o autor de “O País de São Saruê”, aparece novamente em cena e nos brinda com “Rock Brasília: era de ouro”. Na verdade, conforme entrevista concedida ao Jornal do Comércio, Ed. de 02 de outubro último, Vladimir começou a curtir rock’n’roll desde a década de 1950, quando assistiu no Cine Rex em João Pessoa um filme de Bill Halley e seus cometas e Elvis Presley, passando por Raul Seixas mais adiante, na Bahia.

                        Morador de Brasília há mais de 40 anos, professor da UNB,  onde lecionou por mais de duas décadas, sem nunca perder suas raízes paraibanas.  No Distrito Federal enfrentou os anos de chumbo da ditadura militar, a transição política, as diretas já, o governo Collor e o impeachment. Não somente isso, mas também o  contato com o rock candango, que teve como seus expoentes Renato Russo e sua banda Legião Urbana, Capital Inicial,  Plebe Rude, entre outras, todas influenciadas pelo movimento punk, surgindo daí  o rock debochado dessa moçada no planalto central. 

                        Essa geração coca-cola conseguiu descortinar Brasília, colocando-a no cenário da música pop brasileira. A partir desse movimento, mais de 200 bandas surgiram na década de 1980, sem,  no entanto,  alcançarem o sucesso de seus inspiradores. 

                        Vladimir Carvalho, com seu olho clínico, presenteia o seu grande público com essa mística que ele encontrou em Brasília ao confabular com seus alunos da UNB, e descobrir que os “filhos da revolução, burgueses sem religião, geração coca-cola” tinha algo a mostrar, instigados por esse cabra da peste, que de há muito curte um rock de boa qualidade.  Mas esse bom paraibano não pára. Com sua lente de alcance, já tem novo projeto pela frente, e para surpreender mais uma vez, quem sabe no mundo das artes plásticas.

Joacir Avelino
Maceió/AL
                                                   

Um comentário:

  1. Oi Fábio: Não sei se você sabe que Herbert Viana é filho de Maria Francisca Tereza Lemos, irmã de Assis Lemos, e minha prima. Sei que você admira o ex-combatente das Ligas Camponesas na Paraiba.

    Um abraço de Lourdinha

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