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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sociólogo defende ensino da literatura de cordel nas escolas



A literatura de cordel tem um papel fundamental na história do Brasil, mas esse gênero ainda é muito desconhecido, lamenta o professor de sociologia Fernando Antônio Duarte dos Santos, o Nando Poeta. Ele coordenará, no próximo dia 27, o 1º Fórum de Cordel em São Paulo, que reunirá acadêmicos, pesquisadores e poetas para debater a importância do ensino dessa arte nas escolas de ensino médio e fundamental.

Nascido no Rio Grande do Norte, Nando Poeta leciona há quatro anos em uma escola estadual da zona sul da capital paulista. Ele é um dos defensores dessa difusão cultural. “O cordel ainda é muito excluído da academia, com algumas exceções, a exemplo da USP [Universidade de São Paulo], que tem uma cadeira para o estudo.” Segundo o professor, mesmo no Nordeste, os espaços ainda são muito fechados.

Para Nando Poeta, o fato de a literatura de cordel estar muito direcionada às temáticas sociais torna ainda mais importante a ampliação de espaços para o ensino desse gênero.

No cinema, o cordel também foi adotado em trabalhos como O Homem Que Virou Suco, filme brasileiro de 1981, dirigido por João Batista de Andrade, e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.

(Jornal do Brasil)

NOTA DO BLOG

O cordel “Biu Pacatuba”, de Fábio Mozart, recebeu o Prêmio Patativa de Assaré do Ministério da Cultura. O autor escreveu ainda o cordel “História de Itabaiana em versos”, motivando um projeto de lei para incluir o trabalho na grade curricular das escolas públicas municipais da terra do poeta Zé da Luz. “Os nossos vereadores nunca se interessaram em apresentar o projeto”, lamenta o cordelista. Ele acha que o cordel merece ser mais valorizado. 

Na cidade de Monteiro, Cariri paraibano, a Secretaria de Educação do Município está elaborando um projeto pedagógico que visa incluir a poesia popular, principalmente a chamada literatura de cordel, na grade curricular das escolas municipais. O objetivo é possibilitar aos alunos o conhecimento dessa literatura para que se possa preservar os valores culturais da região. Fato inédito, a literatura de cordel estará na grade curricular das escolas municipais monteirenses, projeto que é referência em todo Estado e chama a atenção de outras cidades nordestinas, “pelo potencial de valorização da cultura popular e incentivo à preservação dos valores e tradições do povo sertanejo e nordestino”, acredita a prefeita Edna Henrique.

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