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quinta-feira, 7 de julho de 2011

QUEM LÊ MEU LIVRO

Mariano Ferreira

Poeta Mariano Ferreira


Folhetista na feira de Itabaiana, década de 80
Encontrei o poeta Mariano Ferreira no Curso de Gestão Cultural que estamos fazendo no Espaço Cultural em João Pessoa. Ele faz poesia de cordel na cidade de Dona Inês. Na base do escambo cultural, troquei um exemplar do meu livro “Biu Pacatuba – um herói do nosso tempo” pelos folhetos “Eco-Sacra Mata do Seró”, “Trilha e caminhada ecológica no circuito mata do Seró” e “São João tradição de Dona Inês”, trabalhos produzidos pelo Mariano.

Mariano é um poeta que roda pela cena cultural da Paraíba tentando divulgar seus folhetos como autêntico camelô, sofrendo e gozando tudo o que é saudável e o que é desdouro nesse processo. No geral, muita gente ainda vê o poeta cordelista como um sujeito folclórico que tenta imitar os velhos mestres dessa arte, para muitos considerada ultrapassada. Não se aceita que um jovem faça poesia simples, nos moldes das sextilhas do velho e bom cordel. Mas o cordel não morreu, não virou peça de museu não! Está se adaptando aos novos tempos, já está na internet, renova sua linguagem e segue em frente, com a nova geração de criadores como esse Mariano Ferreira, cabra bom no seu ofício.

No curso de produção cultural que estamos fazendo, o professor Rômulo Aguiar, de Minas Gerais, foi enfático: o artista precisa planejar e ver quem são as pessoas que querem consumir seu produto, buscar o público, pensar para além dos horizontes de sua cidade, buscar outras praças e atingir públicos sedimentados. Isso vem sendo feito há décadas pelos folheteiros e cordelistas no Nordeste. O cordelista é um vendedor ambulante de sua poesia, de feira em feira, de cidade em cidade. Pelo menos era assim, que hoje só se vê folhetista no dia do folclore ou quando se topa com um remanescente desses mercadores ambulantes da autêntica expressão cultural nordestina, tipo Mariano Ferreira.

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