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terça-feira, 17 de maio de 2011

Solidariedade até debaixo d’água


Equipe da Escola Professor Maciel que participou da Gincana

Quero agradecer aos jovens das escolas que participam da 1ª Gincana Cultural Emir Nunes, em especial aos meninos e meninas das equipes, aos professores que se empenharam em favor de seus alunos na competição, ao incentivo dos gestores escolares e a dedicação com que minha turma conduziu passo a passo esse evento cultural e humanitário.

Daqui de longe fiquei observando o andar da carruagem, porque não sou líder de nada e nem teria condições de estar à frente do evento. Já dizia David Cooper que a característica mais central da liderança autêntica é renunciar ao impulso de dominar os outros. Eu sou muito centralista, gosto que tudo saia conforme meu desejo, e isso não contribui para o bom comando de qualquer tipo de ação. Talvez por isso a Gincana tenha dado certo com a minha providencial ausência. Portanto, meu reconhecimento aos companheiros Rosival, Lucas Oliveira, Edglês Gonçalves, Alisson José, Carla, Gabriela, Kelly, Edna Cristina, Érica Tito, Cristiane Silva, Luiz Francisco de Sousa, Taís Gabriele, Sueli Joventina, Clévia Paz, Das Dores Neta, Joelda Fidélis e Débora Lins.


Minha contribuição foi com a ideia e a doação de 400 exemplares do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, que foram vendidos em favor da Gincana e para ajudar o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, vivendo um momento difícil financeiramente, sem apoio algum. Mesmo em condições adversas, o Ponto de Cultura se mexe, promove eventos como esse, abre cursos, quer de alguma forma interagir com o fazer cultural da cidade. A Gincana Cultural Emir Nunes foi a forma que encontramos para homenagear Itabaiana nos seus 120 anos de emancipação política, envolvendo a juventude.


Sem essa equipe que citei acima, nada feito! São voluntários de grande valor moral, moçada arguta, inteligente, aplicada e com imensa vontade de crescer e ver o desenvolvimento de sua cidade. Com criatividade, esforço e carinho, essa moçada leva o Ponto de Cultura.


Um fato me sensibilizou: dias antes da Gincana, uma enchente inundou a cidade, com a alta das águas do rio Paraíba e do riacho que corta a terra de Zé da Luz. Muita gente desabrigada, muitas casas invadidas pelas águas turbulentas vindas da barragem de Acauã. Um dos prédios atingidos foi a Escola Estadual Professor Maciel, que fica às margens do rio. Resultado trágico: as águas levaram a merenda estocada, os arquivos e tudo o mais. Caos total, aulas suspensas, aquele rolo, com todo mundo perplexo e aperreado. Mas nem por isso a equipe da Escola que participava da Gincana parou de arrecadar alimentos e preparar-se para a competição, onde conseguiram um mais que honroso terceiro lugar entre as seis escolas disputantes. A força de vontade desses jovens para continuar com as tarefas da Gincana, mesmo com esses acontecimentos trágicos, foi a nota marcante da 1º Gincana Cultural Emir Nunes. Essa é a Itabaiana real, diferente da Itabaiana oficial que nada vê e não se comove, que está ausente da vida comunitária e só aparece nos palanques oficiais para se auto-engrandecer.

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