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domingo, 8 de maio de 2011

Mãe não tem dia



O espetáculo Minha Mãe É Uma Peça escrita e interpretada pelo ator Paulo Gustavo, que conta a história de Dona Hermínia, uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, que se vê à procura do que fazer, uma vez que seus filhos estão crescendo e não precisam mais de seus excessivos cuidados e broncas.
A rotina repleta de dilemas e situações cômicas vividas por essa mãe compõe o enredo da peça que, além de divertir o público, leva à reflexão sobre as loucuras e complexidades da própria mãe.

Escrito por Sonia Belotti   
Mãe, por esta visão emocional, hoje é coisa de museu, deixou de ser símbolo para se tornar estado de espírito. Desejo a todos um feliz dia do estado de espírito!

Você já ouviu ou até mesmo usou a frase “Fulano é uma mãe!” Pronunciada em tom jocoso, sugere que o tal fulano é daqueles que não faz valer seus interesses, está sempre apto a permitir que os outros levem vantagem sobre ele. Em suma, não faz o tipo egoísta, o que é seu é de todos, o bem comum é sua meta maior. Resumindo: um babaca, pois no mundo competitivo, figura assim é tida e havida como trouxa, ao invés de modelo a ser copiado.

Mas quando se trata de descobrir quem é o autor de uma ação brilhante, adivinha como o chamamos? O “pai” da idéia... É um mundo machista, ou um mundo egoísta, o que, afinal, dá no mesmo. Tudo que carrega forte dose de sentimento é babaca, sentimentalóide, feminino. O que é baseado na emoção, que provoca lágrimas, é coisa de maricas, ou então... coisa de mãe!

Sucesso, já deu pra perceber, é coisa pra macho! E muitas das mulheres que hoje vencem no mundo outrora taxado como do “sexo forte” – o mundo dos negócios -, são pintadas como homens de saia. No mundo do trabalho parece não haver lugar para sentimentalismos. Há que ser duro, e que se dane a tal da ternura! O negócio é o lucro, o importante é o resultado!
As emoções? O dinheiro compra, e muito dinheiro manda buscar!

Como não existe almoço grátis, e o sucesso profissional requer pessoas com perfil vencedor, a primeira coisa é desvestir a emoção. E nessa toada, tornam a mãe a vítima da vez. Você quer símbolo que fale mais ao coração e à emoção do que a figura materna?

Na hora da realização, a figura é o pai! O gerador do sucesso. Mesmo que um corriqueiro exame de DNA comprove que muito famoso que canta de galo por aí sequer participou da confecção do ovo... Mãe é diferente. A figura materna, tal como ficou estabelecido desde tempos imemoriais, remete para aquela devota que pensa primeiro nos filhos, depois nos netos e por fim... é claro, no maridão! É o modelo da abnegação, que conjuga o verbo renunciar em todos os tempos e modos verbais.

Mas mãe, por esta visão emocional, hoje é coisa de museu, deixou de ser símbolo para se tornar estado de espírito. Afinal, há pais que são verdadeiras mães, e mães biológicas que não guardam qualquer proximidade com a figura materna.

O que me leva finalmente a concluir que mãe que é mãe não tem dia: mãe é função pra todo dia. Mãe que é mãe, convenhamos, tem é dia-a-dia!

Extraído de: www.primeiroprograma.com.br

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