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quinta-feira, 19 de maio de 2011

A cheia deixou



Efigênio Moura


Essa semana fui presenteado com um belo texto do cumpade Fabio Mozart. Fábio é cirúrgico quando se trata dos nossos problemas. Preciso é o texto que tratava do que as últimas aguas levaram de nossa gente. Peço licença ao poeta, para plagiar, ao inverso, esse tão belo texto.

Meu texto fala sobre o que a cheia deixou.

Deixou porque não viu ou porque era muito pesado.

A cheia deixou de levar às impurezas que nos são impostas no dia a dia, as safadezas que os governos municipais nos obrigam a sentir e viver, a cheia deixou, Edriano, os eleitores da Treze de Maio, da Tatajuba e outras tantas, mais desprezados do que normalmente somos. Não teve força à cheia para nos livrar desse pesadelo que é o governo Mamusca.

A chuva deixou e por vingança, espalhou a falta de vergonha desses governantes por dentro das casas e foi incapaz de lavar a cara deles que surrupiam a alma do Itabaianense.

A cheia deixou sim, Fabio Mozart, um recipiente cheio de contas a pagar, cheios de carros locados, alguns fajutos, de fogos tão caros, de educação medíocre. 

A chuva que caiu ,que desatou sangrias foi insuficiente para nos livrar do mal e nos deixou a mais fétida lama que tivemos um dia de encarar: A lama desse governo desumano e traiçoeiro.

No texto de Fábio Mozart, a cheia tinha levado o disco com aquela lambada sem sentindo e aquela voz estupidamente irritante de Zóra elétrico, mas, o mandato fora salvo, sem uso de boias em um tribunal que o povo não entende como funciona e pra que existe.

No meu texto, a cheia nos deixou: Tribunal, denuncias, favorecimento, amolecimento de corpo, advogados com a cara no chão, e o pior, deixou tudim do jeito que estava.

A cheia não atingiu a casa de Mamusca, era alta demais, o povo não chega lá. Não alcançou a Câmara Municipal, tem degraus demais.

Depois de tanto observar, percebi que a Cheia deixou de levar, não por incompetência nem por esquecimento, mas por resistência, um Zé daqui.

Um Zé que simboliza todos nós, um Zé do Cochila, do Botafogo, um Zé Campo Grande, Zé Pernambuqinho, Zé do Brejinho, um Zé guerreiro , um guerreiro mais guerreiro que os jogadores do Fluminense, que reerguerá nossa Itabaiana, nossa estima e nosso orgulho. Esse Zé é qualquer um, um Zé Severino, Augusto, Maria, Antônia, um Zé que certamente nos tirará da cruz, um Zé tipo assim, Zé da Luz.

A benção Fabio Mozart?

www.efigeniomoura.com.br
@efigeniomoura

Um comentário:

  1. Oi Fábio Mozart: Seu texto transcrito e comentado por Efigênio Moura reflete o que se gostaria de ver descendo na correnteza do rio, mas permanece e vai continuar vigendo, para o desconforto da população. Infelizmente o riacho que corta João Pessoa de Sul a Norte não tem a força de levar as injustiças acometidas contra os pequenos funcionários, ao negar-lhes direitos fundamentais. Os servidores efetivos, aqueles classificados de - apoio - até esta data não foram beneficiados com o aumento do Salário Mínimo, uma conquista dos trabalhadores, no Governo Provisório de Getúlio Vargas(1930/34). Até as Prefeituras mais pobres atenderam a exigência legal. Só o Estado da Paraíba desrespeita o preceito legal. Não vejo grandeza no gesto. Há um adagio que diz "ruim com ele, pior sem ele..." O funcionalismo despejou seus votos em RC, revoltado com a indirença de Maranhão, que em todo o seu período de 9 anos, não concedeu um aumento siquer à classe. Se assim aconteceu, também, não tirou nenhuma vantagem e há os que conseguiram gratificações modestas, mas que aumentaram o poder aquisitivo. E agora? A revolta é grande com a situação atual. Eu gostaria que fosse diferente, porque eu acreditava no eleito, mesmo sabendo de seu temperamento insocial. Sabia que ele era duro, mas que seria injusto estarreceu-me!...
    O mais decepcionante é ver deputados agindo com veemencia em assuntos frugais, mas naqueles que tem sentido, calam, emudecem...perdem a voz de propósito. Com apreço - Lourdinha

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