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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Querem levar Pacatuba pra França, mas o leão refuga!



                              Eu e Jô Mendonça em Sapé, no lançamento de “Biu Pacatuba”.

Sem marketing, com dificuldades de distribuição, consegui vender a edição inteira de “Biu Pacatuba – um herói do nosso tempo”. O livro, sem muito estardalhaço, ganhou o Prêmio Patativa do Assaré do Ministério da Cultura e agora está sendo cogitado para servir de roteiro de filme sobre a região de Sapé e Mari, nas conflagrações das Ligas Camponesas. 

Agora, recebo mensagem da poeta Jô Mendonça, dizendo que quer levar meu nome para fora do país. Seria na etapa brasileira do Salão do Livro em Paris, em 2012. A professora e escritora Jô Mendonça conclui que o livrinho tem valor e que vai me indicar para receber um prêmio pela Academia de Ciências, Letras e Artes da França. Menos, Jô, menos! É muita areia pro meu caminhãozinho. O produto líquido dessa minha aventura literária é o prazer de ver jovens estudantes de Itabaiana lendo e divulgando o livro na Gincana Cultural Professor Emir Nunes, promovida pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. E ter devolvido o respeito e a memória de um grande líder do povo: Severino Barbosa, o Biu Pacatuba. Isso é bom para a autoestima do paraibano, é uma prova do nosso valor enquanto seres humanos oprimidos por séculos, mas que não perdemos a capacidade de lutar, de se indignar e de ser solidários.  

A conclusão é que não vou a Paris, mas vou a Areia em agosto, para a TEIA 2011 dos Pontos de Cultura e abertura do Festival de Artes de Areia com Biu Pacatuba e “A Voz de Itabaiana e outras vozes”. 

Perseguido e banido pelo antigo regime, Pacatuba hoje é nome de escola e tem sua vida contada em livro, através da poesia popular. É a velha história de se dar a volta em sua própria história e devolver a verdade dos bravos lutadores do povo. O Estado que prendeu e perseguiu Biu Pacatuba é o mesmo que hoje reconhece seu valor e indeniza a família. Já dizia um prefeitinho meio ignorante da minha terra: “Conforme cantava o poeta violeiro repentista Augusto dos Anjos, ‘a mão que aplaude é a mesma que vaia’”.

2 comentários:

  1. Oi Fábio: O que é isso BIU PACATUBA hoje é propriedade das estranjas. E o meu volume, não me deixe sem um. Não vou esperar por novo lançamento. Alimento com livros, revistas, etc. a Biblioteca de Algodão de Jandaira (meu sobrinho é o prefeito-agrônomo Isaac Rodrigo)e já anunciei a remessa do premiado com a laurea "Patativa do Assaré". Já se vê que é coisa boa. Uma feliz Pascoa. Lourdinha

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  2. Parabéns pelo sucesso do livro, Fábio!

    Mas por que essa modéstia em relação à França, rapaz ? A vida é feita de más e boas surpresas e os franceses são um povo que sabe apreciar um bom livro. Quem sabe essa não será uma boa surpresa para vc ?

    No mais, parabéns outra vez pela vitória!

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