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sexta-feira, 29 de abril de 2011

A cantiga ta no forno e já cheira bem!

Orlando Otávio (esq.) entrevistado por Fábio Mozart na Rádio Comunitária Rainha 


Meu compadre Orlando Otávio é um cara inteligente e ótimo compositor. Ele mostrou o esboço da melodia que anda compondo para um poema meu que fala do Cavalo Marinho. É para participar do 2º Festival Acauã de Música Popular na Rádio Comunitária Acauã, de Aparecida/PB. 

Gabriel Garcia Lorca um dia perguntou, de supetão: “É difícil ser poeta?” No que ele mesmo respondeu: “Ou é muito fácil, ou é impossível”. Na verdade, para fazer poesia não precisa o famoso 1% de inspiração mais 99% de transpiração. Tem que ter 100% de piração. O sujeito precisa ser muito doido para fazer poesia. Os caras que são apenas medianamente malucos, conseguem tão somente escrever uns versinhos de pé quebrado, feito esse Leão velho de guerra. O doido varrido, esse é gênio! 

Voltando à música de Orlando Otávio, ele disse que passou uma noite inteira tratando da linha melódica para o poema do Mateus e Catirina. De manhãzinha, esqueceu tudo! Gravou no celular, mas sua filha apagou o teipe. Começou tudo de novo, angustiado por ter perdido o trabalho. Mas agora achou prudente procurar o maestro e primo Luiz Carlos Otávio para escrever a música na pauta e caprichar no ritmo, que vai ser uma pancada de maracatu misturado com coco de roda. 

Mais uma sacação sobre poesia: Paulo Leminski foi um poeta fela da puta! O cara escreveu que toda linguagem tem sua função poética e todo mundo, no dia-a-dia, costuma utilizar a função poética, seja fazendo trocadilhos, ou jogos de palavras, no uso de rimas e em todas as formas de se usar a palavra não para afirmar a realidade, mas para servir ao princípio do prazer. Poesia é a liberdade da linguagem. 

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