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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Lançada minha descandidatura


Fábio Mozart na porta da Madame Preciosa, esperando para ser atendido e fazer “trabalho” pra jamais entrar em negócio de eleição.

Meu caro Fábio:

Pelo que venho lendo a seu respeito - a última notícia foi a iniciativa a favor dos artesãos itabaianenses junto ao SEBRAE - você tem um amor desmedido por nossa terra e merece estar à frente da municipalidade. Você gosta de política? Que tal candidatar-se levantando a bandeira da cultura (e da vergonha)? Não é de hoje que Itabaiana precisa de um Prefeito dinâmico, culto, empreendedor e, acima de tudo probo. Sobre este último predicado, o aval do seu pai é uma indiscutível evidência. Se eu não fosse lhe ajudar como Secretário eu cegue...

Erasmo Souto/Recife-PE

Erasmo:

Muito agradeço a lembrança do meu humilde nome para sair candidato a prefeito da nossa Rainha. Porém, e sempre tem um porém, nessas alturas do campeonato não tenho fôlego para voo tão ousado e muito menos capacidade sacal, isto é, saco para aturar safadezas politicais, conforme escreveu o poeta Jessier Quirino em “O Matuto na política”:

O CABA PRA SER POLITICO NESTE BRASIL PRECISA, NO MÍNIMO, MINIMÓRIO DO SEGUINTE ADJUTÓRIO:

PRIMEIRO: - COMEÇAR JUNTAR DINHEIRO, PARA DEPOIS COMEÇAR JUNTAR GENTE
.- ENGOLIR MUITA RIMUNHÊTA DE CABRA FALSO, FELAPUTISTA E PIDÃO
- DESATAR NÓ CEGO DE CONVENÇÃO.
- ESCUTAR CAQUIADO DEFICULTOSO DE PARTIDÁRIO QUE SÓ TEM UM VOTO E OLHE LÁ!
- ENTRAR EM EMBUANCIA DE CAMPANHA.
- PROMETER COMO SEM FALTA E FALTAR COMO SEM DÚVIDA
- FICAR REFÉM DA LINGUA DO POVO
- FAZER CONCHAVO COM RESERVISTA DA DITADURA
- DESCAVIAR OS CAMINHO MODE O QUIXÓ DA OPOSIÇÃO.
- RECEITAR PRA MAIS DE MONTE

-ACOMPANHAR ENROLAMENTO DE PAPEL DE JUSTIÇA
- LEVAR FAMA DE TER ESFRATICADO MOÇA DONZELA
- LEVAR FAMA DE SER CORNO, BAITOLA E LADRÃO.
- AGUENTAR FAZIMENTO DE POUCO DE ELEITOR DISBRIADO.
- BOTAR TAMANCA PARA A OPOSIÇÃO
- BATER 500 DE BOMBO PARA XANGOZEIRO
- GRITAR ALELUIA EM IGREJA PEGUE E PAGUE.
- ALEGRAR SESSÃO ESPRITA.
- ASSISTIR MEIA MISSA E SAIR COMUNGADO.
- BATIZAR MENINO FEIO COM NOME DE DESMELIELISON JERRY
- DA DE COMER DO BOM E COMER PORCARIA .
- ALMOÇAR EM LATA DE GOIABADA
- DISPRONUNCIAR DISCURSO MAL FEITO DE CANDIDATO TABACUDO
- APLAUDIR DISCURSO DISVIRGULADO SEM RUMO E SEM PONTO FINAL.
- ATURAR CONVERSERO DUPLICADO MESMO DEPOIS DE BANSEIRO
- ATURAR GENTE FURONA E DESCONHECIDA DENTRO DE CASA
- VIVER RINDO E FUMAÇANDO PELO FUNDO FEITO FERRO DE ENGOMAR
- ACABAR SUA D20 ZINHA NA BURAQUEIRA.
- ATURAR BABÕES CIVIS E MILITARES
- BOTA NO BRAÇO MENINO NOVO DO FUNDO CAGADO
- TOMAR CERVEJA QUENTE DE ESPUMA MUCHA
- TOMAR WISK DRURY SEM GELO NUMA XICARA DE LOUÇA COM TIRAGOSTO DE CANJICA
- BEBER NAQUELAS MESONA DE IMBUIA NUMA SALETA ESCURA E ABAFADA ENCOSTADO NUMA CRISTALEIRA E CERCADO DE CABOS ELEITORAIS COM CADA SUVAQUEIRA DE TORAR
- ENTREGAR TAÇA DE CAMPEÃO A TIME SAFADO
- CHORAR EM VELÓRIO DE DESCONHECIDO
- PROFESSORAR INICIAIS DE NOME DE CAMPANHA PARA ELEITOR TAPADO
- ESCORREGAR EM LAMA DE ESGOTO
- GRITAR Ó DE CASA EM CASA ÔCA
- SE ABRIR PARA ELEITOR DESABRIDO
- PAGAR CANA PRA PINGUNÇO DESOCUPADO
- FAREJAR POEIRA DE BUNDA EM PALANQUE
- LEVAR DEDADA NO CÁ PRA NÓS QUANDO TÁ NOS BRAÇOS DO POVO
- ESCUTAR DESTAMPATORIO DE FUGUETÃO NO PÉ DO OUVIDO,
- MAGOAR O DEDO MINDIM EM PASSEATA
- DURMIR CHIQUEIRADO DA MULHER E DOS FILHOS
- APERTAR MÃO DE COTÓ
- GANHAR ABRAÇO FEDORENTO
- RECEITAR CAIXÃO DE DIFUNTO E AMBULÂNCIA
- ENFIAR A MÃO EM SACO DE DENTADURA PRA DISTRIBUIR COM A MUNDIÇA
- COMPRAR VOTO EM DIA DE ELEIÇÃO
- ESTELIONATAR VOTO EM BOCA DE URNA
- ENTRAR EM EMBUÂNÇA DE APURAÇÃO
- DÁ COBRO EM VOTO ROUBADO
- APERTAR A MÃO DE TRAIDOR OPORTUNISTA
- E DESPOIS DE ELEITO COMEÇAR ESSA CAMUBEBA TODA DE NOVO
- DEUS ME LIVRE DEU SAIR CANDIDATO, CHEGA ME FALTOU SUSPIRAÇÃO E EU VOU PARAR POR AQUI, PORQUE CONVERSA DE POLITICO É IGUAL A COCEIRA: SÓ QUER UM PEZINHO E PRONTO.

Portanto, meu compadre Erasmo, está lançada a minha descandidatura. Mas ter você como secretário da cultura num hipotético e anárquico (no bom sentido) governo do Leão seria uma glória!

Esse povo apronta desde o Velho Testamento...


SALMOS 78

9 Os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, viraram as costas no dia da peleja.

10 Não guardaram a aliança de Deus, e recusaram andar na sua lei;

11 E esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Exercício do caráter


“Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser. Se não for não é jornalista.” (Ricardo Noblat)


Meu estilo direto e certeiro incomoda a ternura de uma grande amiga, queixosa de que sou muito sincero e ferino. Ela prefere a perspicácia, compassiva que é com a humanidade.

Em parte, tem razão. “A sutileza é um recurso inteligente para quem trabalha com a palavra. Podemos tecer comentários, fazer críticas, protestar, exprimir toda a nossa indignação contra o que ou quem quer que seja. A maneira como fazemos isso é que faz toda a diferença”.

Realmente, a palavra é uma arma poderosa. Quando se afirma as coisas com todas as letras, “perde-se o encanto do texto”. Isso quando se está fazendo literatura. Na hora de informar, eu prefiro ser o mais claro possível.

O estilo direto e a informalidade marcam o texto de um grande jornalista paraibano, o compadre Tião Lucena, a quem admiro. Monteiro Lobato foi um escritor e jornalista danado de bom. Escreveu em livro, jornal e revista, textos simples e repletos de ironia, polemista teimoso e obstinado que foi. Na verdade, “jornalismo é polêmica, o resto é loja de R$ 1,99”, conforme a fala de Tom Paixão, jornalista de São Paulo.

Meu cabelo branco e escasso me diz para dar um tempo nessa coisa de “cutucar o diabo com vara curta”, mas vejo ainda como inimaginável minha figura indiferente e apática diante das dores do mundo. O “dinossauro” não nunca esquentou banco de faculdade, mas aprendeu com o velho jornalista Arnaud Costa que o jornalismo é, antes de tudo e, sobretudo, exercício cotidiano do caráter, conforme também pensa Cláudio Abramo.

Não possuo a delicadeza e finura de articulistas hábeis em manejar a palavra cortante sem ferir. O talento de tecer críticas sem golpear as suscetibilidades dos “politicamente corretos” e dos canalhas de colarinho branco, esse eu não tenho. Procuro respeitar e enaltecer os homens e mulheres de bem, mas me dou o direito de apontar os desvios de conduta, principalmente das figuras públicas. Faço isso metendo o dedo na ferida mesmo, embora ao custo de processos na Justiça e tudo o mais.

O pacto de silêncio dos canalhas, jornalistas ou não, comprados com dinheiro público para fazer uma imprensa comprometida e vergonhosa, isso é que é grave. Levantar a lebre, vigiar, refletir sobre nossa realidade é papel do verdadeiro jornalismo, que infelizmente pouco se vê por estas bandas.

Nessa Toca reina Oxossi, senhor das matas


Povo de Oxossi reunido para bem representar a tradição da mais antiga religião do mundo


A Toca do Leão acaba de ser adicionada como blog favorito do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro Brasileira – INTECAB, coordenação da Paraíba, entidade que cuida da promoção dos valores afro brasileiros. Na Paraíba, a Coordenação cabe ao Babalorixá José Erivaldo da Silva D'Oxum e vice-Coordenadora Doné Renilda Bezerra de Albuquerque D'Oxossi.

Para clarear os caminhos do Leão nessa selva de pedra, o Babalorixá manda tomar banho de Tapete de Oxalá (boldo) de cabeça e corpo para manter o equilíbrio do espírito.

Oxossi é o rei das matas. O Leão é o rei da selva. Oxossi é caçador, assim como o leão.

Oxalá, o grande Orixá, divindade sincretizada como Jesus Cristo, nos guie na trilha boa e abençoe a família umbandista da Paraíba.

Salve Ogum Iara;
Salve Ogum Megê;
Salve Ogum Sete Espadas;
Salve Ogum de Naruê.

Em nome de Zambi, Oxalá e Ifá, sejam bem vindos ao nosso recanto. O Leão se considera filho da Casa de Oxossi.

Um axé a todos.

domingo, 29 de agosto de 2010

Radialista lança livro sobre rádios comunitárias em Belém do Pará


José Moreira (Abraço/PB), José Sóter, coordenador da Abraço Nacional e Fábio Mozart (Foto: Neneu Batista)

O radialista Fábio Mozart, Coordenador do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar (Itabaiana/PB) lança, no dia 16 de dezembro, o livro “Democracia no ar”. O lançamento terá lugar no Congresso Nacional da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), na cidade de Belém, capital do Pará. Fábio Mozart estará representando a Paraíba como um dos delegados ao Congresso.

As lutas no judiciário e a mobilização das populações em defesa dos projetos de rádios populares formam a base do conteúdo do livro "Democracia no Ar", que traz ainda depoimentos de políticos, comunicadores, jornalistas e membros do judiciário e da Polícia Federal em torno desse debate.

O texto aborda o contexto em que surgiram algumas rádios comunitárias na Paraíba, notadamente na região do brejo e agreste, seus problemas e as lutas das comunidades para assegurar o direito à comunicação democrática. Mostra o controle das comunidades em relação às verdadeiras rádios comunitárias e os desvios de objetivos por parte da maioria dessas emissoras de baixa potência, muitas controladas por políticos, religiosos ou pequenos empresários.

O autor é fundador das rádios comunitárias Araçá, de Mari, Zumbi dos Palmares de João Pessoa e Vale do Paraíba, de Itabaiana (PB).


www.pccn.wordpress.com

O tímido que satisfaz


O atrapalhado, o tímido e o gaguinho entraram no baile meio entontecidos porque ainda não haviam tomado nenhuma dose. O atrapalhado mal chegou foi logo procurando um canto de parede para tentar esconder o tênis furado. O tímido, esse se escondeu atrás de duas mocetonas, com um único desejo: ser invisível. O gaguinho tinha a responsabilidade de apresentar os dois para as moças. A missão tornava-se mais difícil por causa do nome do atrapalhado: Valdique Soriano. A menção do nome do cara, e todo mundo já perguntava pelo chapéu preto e óculos escuros. É duro ter nome de cantor ridículo!

O tímido pensava sem parar nas qualidades que sabia ter, mas os outros não tomavam conhecimento. Ele imaginava uma lista de coisas boas, a começar pelo humor escrachado que mostrava nos monólogos no banheiro. Gosta de Carlos Drummond de Andrade, sabe as lendas das tribos dos txucarramãe, é meio revoltado, mas muito atilado, responsável e carinhoso com a sua cadela “Chiquita”. No fim, o tímido sempre fica com a mocinha, pelo menos nas comédias românticas.

O gaguinho, a grosso modo, achava-se o sujeito mais ameba do mundo. O gago é o cara que paga mico no atacado e no varejo, toda hora em que abre a boca. Mas ele tinha lá um jeitinho vulgar carismático. Além de tudo, achava-se tão feio que temia olhar pela janela: podia ser preso por desacato às leis da estética.

As coisas começaram a mudar quando uma jovem, conhecida pela capacidade de ingerir goró, quando ainda estava com um pouco de sangue em sua circulação alcoólica, tirou o gaguinho pra dançar. A festa começou aí para o trio de manés. “Ainda há muito amor por mim à minha espera”, pensava o gaguinho, rodopiando no salão e pisando no pé da dama encharcada. “O mundo é dos merdas”, sentenciava para si mesmo o atrapalhado, sonhando fungar no cangote da dama do lotação.

Os três já tramavam um final feliz pré-combinado. O atrapalhado, que era confuso, mas não retardado, sentiu o potencial da garota para arrumar confusão e se mandou. O gaguinho engoliu duas doses de vodca e parou de falar, andar e raciocinar. Travou geral, foi remetido para a cozinha, tomar café forte.
Ficou o tímido. Depois de quarenta minutos de reflexão, resolveu abordar uma jovem sentada sozinha numa das mesas, enquanto os amigos dançavam na pista.

-- Boa noite, você quer dançar comigo?

-- Não, obrigado – foi a resposta.

Super constrangido, o tímido sugeriu:

-- Você se importa se conversar comigo um pouco? Vão pensar que estou cumprimentando uma amiga e assim não faço papel de bobo.
A garota:

-- Alguns homens sabem que mulher gosta de um homem mais tímido, então muitos desses homens fingem ser tímidos. É o seu caso?

Passaram o resto da noite juntos.

sábado, 28 de agosto de 2010

O dinossauro


Eu entrevistando Lula da Rádio Comunitária Umbu FM (Umbuzeiro/PB)

Tem um camaradinha por nome Marcelo Ricardo, da Rádio Comunitária Diversidade, do Jardim Veneza em João Pessoa, que só me chama de “dinossauro da comunicação comunitária”, e sou mesmo. Contam-se em dezenas os anos em que estou nesse bonde. Tenho mais tempo de militância no movimento de rádios livres e comunitárias do que ele tem de idade. A barra é mais que pesada, que a burguesia deste país não aceita pobre tomando a palavra. Mas a luta é necessária, e temos criado parcerias com os movimentos sociais, o chamado terceiro setor, que nos leva a não esmorecer na luta por políticas públicas de comunicação alternativa e popular.

Hoje mesmo (28 de agosto) estive o dia todo no 5º Congresso da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária na Paraíba, realizado no Sindicato dos Professores do Estado da Paraíba, onde tivemos a satisfação de debater com figuras da categoria da professora Sandra Raquew, da UFCG, Mariah, do Grupo de Mulheres Yalodê, Mabel Dias, da Abraço e José Sotter, coordenador nacional da entidade, entre outros companheiros e companheiras que teimam em soar o grito de alerta: sem o microfone na boca do povo, jamais sairemos do ovo.

No encontro de hoje rolou uma mesa de debates sobre gênero nas rádios comunitárias, assunto que estamos documentando no filme “Feminino Plural”. Aproveitei e entrevistei as nossas guerreiras e alguns companheiros das rádios representadas no Congresso. Uma das entrevistadas foi Sandra Raquew, mais que qualificada interlocutora do movimento, pesquisadora de relações de gênero em práticas radiofônicas no contexto das rádios comunitárias.

Lá estavam Lucinalda, Geilda e Angélica, da Rádio Comunitária Mutuaçu, uma comunidade quilombola da cidade do Conde. Exu, o Orixá da comunicação, esteve na roda com a nossa Mãe de Santo Mariá que falou de intolerância religiosa e dos preconceitos contra as religiões de raiz africana, inclusive nas próprias rádios comunitárias. “Se queremos fazer o diferencial, temos que aceitar todas as religiões nas nossas rádios”, ela afirmou. Combatendo também a intolerância estavam os meninos e meninas da Rádio Independente do Timbó, liderados pela Edjane, jovem empenhada em mostrar a realidade de sua comunidade e denunciar o padrão dominante da grande mídia quando se trata de produzir notícias de bairros pobres e as relações que daí resultam.

Mesmo diante de tantos entraves, a companheirada resiste. Igual a Lula da Rádio Comunitária Umbu, da cidade de Umbuzeiro, que já foi preso, processado e perseguido, mas insiste em construir o sonho da comunicação livre.

O que se percebeu nessa troca de informações é que estamos muito longe da organização que sonhamos, mas já houve períodos piores. O dinossauro continua sua caminhada até a extinção...

HOJE tem Resenha Cultural na Rádio Comunitária Rainha de Itabaiana


O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar apresenta a segunda edição do programa Resenha Cultural, na Rádio Comunitária Rainha de Itabaiana, neste sábado (28 de agosto) às 15h30, na frequência 87.9 MHZ.

O programa de hoje vai focar o perfil do poeta André Ricardo Aguiar, filho de Geraldo Aguiar. Também estarão no programa o Cabo Jorge, do movimento negro da cidade, o forrozeiro Aracílio Araújo, o Subsecretário de Cultura de Itabaiana, poeta Antonio Costta, o poeta Jessier Quirino e o compositor Adeildo Vieira.

A produção é de Joelda Fidélis, Clévia Paz, Das Dores Neta, Vital Alves, Zé Severino e Wagner Lins, com apresentação de Fábio Mozart e Marcos Veloso e técnica de som de Ivo Severo Filho.

VOCÊ PODE OUVIR O PROGRAMA EM TEMPO REAL DE QUALQUER PARTE DO BRASIL E DO MUNDO PELO SITE:

www.radio87rainhafm.com


Itabaianense: envie sua mensagem para ser lida no programa, para o e-mail:

pccn.itabaiana@gmail.com

Chateaubriand e a família Duré, de Itabaiana (2)


Duquesa De La Rochefoucauld com vaqueiros de Itabaiana e o Governador Osvaldo Trigueiro

A ilustre visitante conheceu os “nobres” Duré e participou da cerimônia de condecoração na Ordem do Jagunço, depois de animada corrida de gado na fazenda de João Duré. O próprio Chatô vestiu a Duquesa De La Rochefoucauld com um gibão de couro de bode cru. Depois foram-lhe oferecidos um chapéu de couro de boi do curtume Santo Antonio, de Itabaiana, e uma peixeira com cabo de marfim, doação do “Conde Duré”. A Duquesa submeteu-se a todo esse estranho ritual vestida do gibão e do chapéu, recebendo a condecoração ajoelhada ante Chateaubriand. Após a “solenidade”, os visitantes almoçaram carne de boi assada, galinha de cabidela, pirão e baião de dois. Para mais impressionar a nobre francesa, João Duré paramentou uns duzentos vaqueiros, bem montados nos melhores cavalos da região.

Viva a França, viva a Paraíba e viva Itabaiana! Eram os gritos que se ouviam mais na festa. Depois veio a hora de “sangrar” os convidados para a caixinha do Hospital. A Duqueza “caiu” com uma boa quantia em dólares, seguida dos casacudos presentes. Sei que no final arrumou-se dinheiro suficiente para comprar os equipamentos do Hospital e nós ganhamos foros de nobreza, com a ascensão de João Duré a esse título nobiliárquico.

A ingênua Duquesa, até morrer acreditava que era feliz detentora da condecoração da “Ordem do Jagunço”, honraria que recebeu das mãos do “Conde João Duré no interior do Brasil, na distante Paraíba, em meio a uma festa "que me alegrou os olhos e o coração, viajando no tempo e reencontrando o prazer antigo de viver a vida tradicional. Viva a Paraíba, seus intrépidos vaqueiros e seus amáveis habitantes!”, conforme escreveu no livro de visitas do Hospital.

Na condição de Grão-Mestre da Ordem do Jagunço, Assis Chateaubriand pronunciou as seguintes palavras, ao condecorar a Duquesa:

- ..., em nome do Conde João Duré, do agreste da Paraíba, grão-mestre da Ordem do Jagunço, e de Antônio Balbino, senhor do Rio Grande, Barreiras, Sertão hard da Bahia, e nosso consultor jurídico, eu vos armo comendadora da valorosa Jerarquia do Nordeste do Brasil.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Fábio Mozart visita Sebrae para articular encontro de artesãos


Fábio Mozart, Maisa e Ronaldo Maia no Sebrae, em João Pessoa

O Coordenador do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, Fábio Mozart Costa, esteve hoje (27) no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, de João Pessoa, para garantir a participação de técnicos no I Encontro Empreendedor de Artistas e Artesãos de Itabaiana, que será realizado no dia 10 de setembro, na AABB de Itabaiana, com apoio do Banco do Brasil, Sebrae, Secretaria de Cultura de Itabaiana e Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba.

O Coordenador esteve acompanhado da secretária Clévia Paz, em audiência com os analistas Ronaldo Maia e Maria Luiza Duarte de Melo (Maisa), ocasião em que foi acertada a visita de Verônica Ribeiro para proferir palestra a respeito de consultoria ligada ao artesanato, e possibilidades de assistência técnica do Sebrae para as atividades produtivas dos artesãos de Itabaiana. A reunião aconteceu na Unidade de Atendimento Coletivo, Turismo e Territórios Específicos do Sebrae/PB.

Adriano Trocolli, gerente do Banco do Brasil de Itabaiana, deverá proferir palestra sobre linhas de crédito do Banco para o artesão e sobre Desenvolvimento Regional Sustentável. O Sebrae garantiu apoio também na parte de infra-estrutura do encontro, patrocinando material de expediente e faixas para divulgação.

Chateaubriand e a família Duré, de Itabaiana

João Duré segurando o cavalo (embaixo), e Chatô (foto ao lado)

Meu compromisso é com a verdade verdadeira e comprovada. Minha fonte para esta crônica é mais do que segura. Trata-se do doutor José Mário Pacheco, neto do pecuarista itabaianense João Duré. Pacheco dedica-se a divulgar os feitos e o caráter do avô, grande figura humana que contribuiu decisivamente para o progresso de sua terra.

Bendizendo os feitos da família Duré, Zé Mário Pacheco lembrou o caso da construção do Hospital São Vicente de Paulo, obra que congregou desde o mais humilde pedreiro em serviço voluntário até os mais poderosos burgueses do lugar. Todo mundo sabe que o médico Antonio Batista Santiago, ao chegar a Itabaiana no recuado ano de 1932, encontrou uma cidade acanhadíssima e sem as mínimas condições de atendimento de saúde para sua população, passando a trabalhar para sensibilizar o povo e as autoridades da necessidade de se construir um hospital.

A matrona dona Joana Medeiros doou o terreno às margens do rio Paraíba. Dezesseis anos depois do lançamento da pedra fundamental, em 19 de março de 1949, foi inaugurado o Hospital. A história registra um fato pitoresco ligado à campanha de arrecadação de fundos para o Hospital São Vicente de Paulo. Deu-se que, no ano anterior à inauguração, a Duquesa De La Rochefoucauld, dama da alta nobreza da França, visitou o Brasil a convite do jornalista paraibano Assis Chateaubriand. Mestre em se meter nos processos políticos decisórios do País, Chatô também sabia meter a mão nos bolsos dos ricaços para suas obras de arte e “filantropias”. Enfim, cumprimentar com o chapéu alheio era sua tática.

Acontece que Chatô era amigo de João Duré, e sabia das dificuldades que o povo de Itabaiana estava enfrentando para equipar o seu Hospital. Foi daí que convidou a Duquesa para visitar Itabaiana, onde seria condecorada na “Ordem do Jagunço”, criada por ele para homenagear aqueles que, segundo sua percepção, mereciam destaque, sendo o próprio Assis Chateaubriand primeiro e único grão-mestre da ordem. Chegou a coroar com a Ordem o Primeiro Ministro inglês Churchill.

No caso da Duquesa, o esperto Chatô garantiu que em Itabaiana morava uma família de nobres franceses da Casa dos Duré, cujo patriarca seria o próprio João Duré, homem de muitos feitos gloriosos nos campos de batalha, conhecedor da arte de criar cavalos e bois. Os campos de batalha, ele se esqueceu de dizer que se tratava das famosas vaquejadas patrocinadas pela família Duré, corridas de gado que ainda hoje gozam de popularidade no interior da Paraíba.

Assim, foi a Duquesa De La Rochefoucauld conhecer seus pares nobres de Itabaiana, aproveitando para receber a Ordem do Jagunço. Na festa compareceram o Governador do Estado, Osvaldo Trigueiro, altos industriais paulistas, a Baronesa Cartuyvels, embaixatriz da Bélgica no Brasil, Michel Simon, secretário da embaixada francesa no Rio de Janeiro, jornalistas da prestigiada revista inglesa “Life”, o banqueiro carioca Valentim Rebouças, o senador Napoleão Alencastro, e outras personalidades do mundo político, social e econômico do Brasil, como registra Sabiniano Maria em seu livro “Itabaiana – sua história, suas memórias”.

CONTINUA AMANHÃ

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Documentário “Nos olhos da esperança”


Jânio é um rapaz de vinte anos que foi preso na orla da praia da Cidade de Praia Grande, acusado de fazer parte de um grupo de jovens que promoveram um arrastão. Mesmo sem provas, ficou preso durante 11 meses. Leide e Francisco, a mãe e o pai de Jânio, precisaram lutar para provar a inocência do filho, enfrentando a principal dificuldade que esbarra num problema social ainda não resolvido no Brasil.

"Ser pobre é ser culpado até que se prove o contrário?"


A criminalização da pobreza no Brasil é um processo histórico que se enraizou ideologicamente na cultura da sociedade brasileira desde o Brasil colônia.

Ser pobre neste país, além de ter de enfrentar tantas dificuldades para se viver com um mínimo de dignidade, ainda tem que carregar o estigma de criminoso, de vagabundo. De ser representado de forma temerosa e até odiada pela elite brasileira.

O caso da família Silva apresentado neste documentário é um exemplo claro dentre milhares de outros neste país, onde pessoas são desrespeitadas, humilhadas e esquecidas pelas ruas, pelos hospitais, pelas prisões... Pelo simples motivo de viverem ao avesso da elite civilizada que impõe exigências estéticas e comportamentais, e quem não atende aos padrões é posto de lado, marginalizado, criminalizado e esquecido.

Se puder divulgar este documentário, agradecemos!

www.nosolhosdaesperança.blogspot.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Poesia na rodoviária


Quando entrou na casa dos setenta, Agenor Otávio descobriu que era poeta. No curso dos últimos cinco anos não parou de encher cadernos com seus poemas simples, falando de sua terra e sua gente. A experiência criativa de Agenor Otávio fez dele um homem novo. Sua arte, entretanto, pedia urgência para ser divulgada. Como é insaciável e abrasivo o vício de escrever, já notava o colombiano Gabriel Garcia Marques.

Começou no grupo de amigos, distribuindo cópias de seus versinhos. Depois passou a andar com um feixe de papel com as últimas carreiras de poemas. Nas reuniões sociais, na repartição, na rua, onde encontrasse quem parecesse digno de ler um poema, era imediatamente mimoseado com uma quadrinha de Agenor.

Depois descobriu a internet e fez logo seu blog. Seu caderno de anotações virou arquivo eletrônico. Agenor imortaliza heróis e artistas de sua terra pela mágica da poesia. Sua aventura fascinante pelo mundo das rimas e métricas, nem sempre perfeitas, deu fôlego para dois livrinhos, que ele vende de porta em porta. É o único poeta que conheço a oferecer poesia a domicílio. O prazer de escrever é o mais íntimo e solitário que se possa imaginar, e a satisfação de ver que alguém lê o que se escreve é maior ainda. Agenor está convencido de que Deus lhe deu o dom de poetar, embora tardio, e precisa ter quem leia seus trabalhos. Por isso sai todos os dias oferecendo seus livros.

Agora descobriu uma nova tática para divulgar seu trabalho. Mandou escrever em letra caprichada alguns versos e afixou no guichê da parada de ônibus que alguns chamam de rodoviária. Toda manhã, chega cedinho para observar os primeiros passageiros que compram passagens. Fica de longe, impondo-se à tarefa de conferir quem lê as quadrinhas, como uma espécie de disciplina para manter a vontade de continuar escrevendo, “que o tempo voa e daqui a pouco chegam os oitenta”.

O poeta Agenor Otávio parece tomar fôlego para uma longa vida. Dá graças a Deus e à poesia. De maneira que o transcurso dos anos passa sem achaques para o poeta, porque o exercício da criação literária, ou outra arte qualquer, “é o estado humano que mais se parece à levitação”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Livro sobre Mari emociona mariense saudoso


Muito me emocionou a leitura de seus versos, lembrando alguns fatos e revelando outros, no livro “Mari, Araçá e outras árvores do Paraíso”. (Encartado no livro “Biu Pacatuba, um herói do nosso tempo”).

Sou filho de Mari. Meu pai, José Durval de Araújo, veio de Borborema, e minha mãe, Bernadete Carneiro da Costa, veio de Caiçara para Araçá.

Valorizo tudo que é da minha terra. Tive a sorte de ser amigo de Adauto Paiva, eu e minha esposa. Ele nos orientou para a vida na religião. Também criou um grupo de jovens. Chegamos a reconstruir a casa de taipa de Santaliva, uma senhora que morava sozinha. Fizemos a capela da rua Santo Antonio, participamos do Gen, um grupo do Movimento Focolares, portanto foi proveitosa nossa amizade.

Durval Antonio de Araújo

Fábio Mozart, Dom Quixote do agreste


Dr. Fernando Enéas de Souza


Continue "procurando sarna para se coçar" e "cutucando onça com vara curta", pois, se um dia (espero nunca) você perder essa capacidade de indignar-se perante as injustiças, você provavelmente se juntará à enorme legião de zumbis que andam por aí zumbizando e choramingando suas frustrações. Alembro aquele poeta popular, que dizia: “Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto”.

O cidadão Fábio Mozart, que ainda me encontro engatinhando em conhecer - dado a sua extensão oceânica - é um espetáculo de civismo, um Cid Campeador em prol do nosso povo sofrido. Um devotado amante das causas populares.

Seja sempre assim companheiro Fábio Mozart e não envelheça jamais - assim como nunca envelheceu o grande Saramago - mantenha sempre viva a chama do jovem e arrojado Fábio Mozart que habita em você e se manifesta em todas as suas atitudes de sadia rebeldia.

Que importa o murmúrio, e os cochichos dos lamurientos fariseus?

Ora, convenhamos caro companheiro F. Mozart, fariseu tem como tarefa perturbar, fuxicar, zumbizar... e, como na vida fariseu é sinônimo de eunuco e bundão, a única coisa que sabem fazer é isso mesmo. É a parte que a eles (fariseus) cabe nesse lati (fúndio).

Um exemplo da fraqueza do fariseu: ameaçar o cidadão engajado nas causas sociais de ajuizar ações contra a sua pessoa. Ora, ora, companheiro F. Mozart, entendo que para um guerreiro popular essas ações são como tiros que saem pela cu (latra)- do fariseu é claro.

Aproveito a deixa para recordar-te o mito de Anteu que caracteriza o revigoramento que se manifesta em nós, quando mantemos contato com as nossas origens que são as lutas em prol de nossa sofrida gente.

O contacto com o povo é o que nos reanima, dando-nos forças, energias, saúde. E que nunca se traduza em nós o esgotamento gerado pelo afastamento das lutas populares. É esse contato popular que permite manter inapagável a chama da vitalidade e do colorido saudável das nossas ações.

E é esse contato que nos permite recompor nosso corpo humano, alimentando-o e possibilitando a renovação de suas energias: Concordo com você quando diz que “calar é deixar de existir como cidadão”, mas, entendo que isso não te diz respeito.

Nós do “batente das causas populares” o conhecemos Fábio Mozart, como a voz que não cala e, tenho absoluta certeza, que, onde houver uma voz clamando por justiça, a voz do sempre jovem cidadão indignado e rebelde de nome Fábio Mozart, como um soldado resoluto e altaneiro na linha de frente da batalha social se fará presente.

Saudações democráticas,
Dr. Fernando Enéas de Souza
Defensor Público

(Publicado no blog: www.professorjosa.blogspot.com)

Jovem carioca/baiano gostou de Madame Preciosa


Cara, muito bom o seu texto “Fúria esotérica”, adorei! Tenho que passar isso para meus amigos, quero dividir com eles, muito boa a sua história. Aquele abraço.

Edilson Alencar.
Ilhéus/BA

Esse Edilson diz que é do Rio de Janeiro, tem 23 anos e há três anos mora em Ilhéus, Bahia. Estuda na Escola de Música Villa Lobos, escreve peças teatrais, toca violão e guitarra. O que vem provar que a Toca do Leão é filé para jovens de todas as idades.

O e-mail do carinha, para quem quiser contato: edilsonbossanova@hotmail.com

Crônica sobre violência policial repercute em Alagoas e até na Austrália


Fábio Mozart:

Muitíssimo oportuna a sua crônica, Fábio, que por sinal se casa em alguns aspectos com o que escrevi em minha crônica sobre a Polícia Militar de Minas Gerais, para mim uma ilha de retidão e respeito ao cidadão cercada pelo mar poluído em violência, desrespeito aos pobres e corrupção formado em sua maior parte pelas polícias militares dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Agora, para minha surpresa, vejo que existem outras polícias militares cujos integrantes, parece-me que em grande maioria, pensam e agem como seus colegas cariocas e paulistas.

Mas, permita-me um aparte. Essa desculpa de salário baixo não justifica a criminalidade fardada, pois se todo funcionário público que percebesse ordenado ínfimo partisse para o crime e a corrupção, enfermeiros, professores, lixeiros, auxiliares de necrópsia, bombeiros, funcionários dos hospitais públicos e outras categorias de servidores formariam imensas quadrilhas. O que é necessário, acima de tudo, é terminar com essa polícia fardada, pois a ditadura que a criou já morreu há mais de trinta anos, não se justificando esse tratamento de foro especial para seus integrantes, motivo maior de escapulirem da justiça comum usada para os demais cidadãos.

Abraços.

Heitor Dias – Austrália


(Heitor Dias é carioca, tem 78 anos, advogado e escritor. Atualmente mora na Austrália)

Excelente o artigo "O silêncio dos bons". Se as pessoas insistem em não
exercer a cidadania, este País pouco avança rumo ao primeiro mundo.
Continuarem sendo uma republiqueta de bananas.
Um abraço.

Joacir Avelino
(Maceió – Alagoas)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fúria esotérica


Madame Preciosa é uma praticante da arte divinatória da cartomancia. Ela interpreta o passado, presente e futuro pela leitura das cartas de jogar. Desvendando o que está oculto, Preciosa estudou alquimia com Paulo Coelho, aprendendo a transformar a matéria fecal em lira turca, moeda que menos vale no planeta, o que na verdade não vem a ser grande prodígio, mas já demonstra a capacidade desta mulher no desvendar de panacéias mundiais.

Esta grande vidente, durante 20 anos de sua vida, pesquisou o elixir da longa vida e a pedra filosofal, de maneira que graças aos seus estudos de simbologia, hoje ganha o pão trabalhando com quiromancia e leitura da bola de cristal.

Mas antes a vida não foi fácil para esta madame. Antes de conhecer os segredos da Grande Obra, Preciosa se viu obrigada a vender o corpo nos lupanares. Foi numa dessas casas de alcoviteiras que a conheci, numa farra. Nessa patuscada, eu e Preciosa começamos umas bolinações, findando num entrevero de cama que durou dois dias. Trepadas intensas, dessas que quando começa o treme-treme, o sujeito se sente num terremoto 6.3 na Escala Richter.

Ao cabo do segundo dia de cópula, eu já aparentando sinais visíveis de esgotamento, comecei a escrever a história daquela aventura sexual com o bisturi da impaciência, enquanto Preciosa, mulher sensível, passava seu romântico pincel de seda na situação, querendo transformar nossa afinidade física em atração afetiva. Dizia que me amava, querendo me comprometer com seu sentimentalismo. No auge da pieguice, suplicou:

-- Me diga uma coisa que me deleite.

E eu, na bucha:

-- Vaca!

Essa mulher pegou um ar tão da gota serena que chega saiu fumaça pelo orifício do intestino grosso! Tangido pelas circunstâncias e pelos tamancos da madame, corri feito um maluco pela rua do Carretel, acabando por me esconder na rua da Facada, na casa de Biu Penca Preta. De amásio da madame, passei a patife glorificado pelas mais escabrosas maldições da bruxa.

Quebrar as fantasias de uma mulher romântica e ainda por cima esotérica é perigoso. Madame só parou de sabotar minha vida quando arrumou um xodó com o poeta Maciel Caju. Mas isso é outra história que conto depois.

Meu livro na boca do povo


Amigo Fábio:

A sua coragem e destemor são elementos de seu caráter que poucos teem. Sua militância histórica nesses mais de 30 anos, quer no teatro, música, política e jornalismo o faz um verdadeiro militante engajado que quer ver o mundo melhor. Espero que o reconhecimento dessa sua postura despida de interesses pessoais seja feita em vida.

Sábado último estive em Itabaiana e à noite fui com minha esposa ao Itabaiana Clube para participar de uma festa dançante. E fiquei feliz quando um homenageado (Dr. Lúcio Tavares), em seu discurso de agradecimento, citou trecho de seu livro “Itabaiana em Versos”, precisamente na parte que fala do Hospital São Vicente de Paulo.

Um abraço

Jurandi Pereira Filho

TRECHO CITADO:

Foi São Vicente de Paulo
O patrono do Hospital,
Idéia de Artur Serrano,
Um Coletor Federal
Que viveu em Itabaiana
E que amava esse val.

O médico Dr. Antonio
Santiago, generoso,
Construiu em aliança
Com um grupo caridoso
Um nosocômio mais amplo
Em trabalho bem custoso.

Assim, em 49,
Dr. Osvaldo Trigueiro,
Governador do Estado,
Fez discurso lisonjeiro
Ao “espírito humanitário”
Que nos era costumeiro,

Iniciando, portanto,
Em esforço construtivo,
Os trabalhos do Hospital
Que ainda hoje é ativo
Mesmo enfrentando crises
No staff corporativo.


(Do livro "História de Itabaiana em versos")

Cultura da crueldade


O Cabo Silva destaca na Polícia Militar de Goiás. Ele mantém um blog na internet, onde subscreve as seguintes sentenças: “A vantagem de ser meu amigo é que não tenho inimigo vivo”, e “Nossa missão é promover o encontro com Jesus; cabe a Ele perdoá-lo ou não”.

Cansados de ver na televisão as notícias de tortura e assassinato de trabalhadores (e bandidos também) por policiais no Rio, nem nos damos conta de que em todo o país exacerba-se o processo de criminalização e extermínio das classes subalternas por polícias delinquentes. O Estado da Paraíba há muito vem sendo embrutecido por práticas criminosas da sua polícia. O deputado federal Luiz Couto dedica-se heroicamente à denúncia constante da existência de esquadrões da morte e torturadores nos quadros das polícias militar e civil.

O nosso Estado semicolonial sempre tratou os pobres como lixo humano. Seu braço armado sequestra, tortura e, sumariamente, executa bandidos e trabalhadores. Ninguém está a salvo.

A corrupção e a violência policial são frutos da omissão dos governantes. Pagam mal ao soldado, não investem na educação dos agentes policiais e assim a sociedade vai ficando cada vez mais refém de uma polícia fascista. Pesquisa feita pela FGV, entrevistando 23.540 policiais civis e militares, chegou à conclusão de que quanto mais próximo do analfabetismo e da ignorância, mais o policial é tolerante com a corrupção e a violência dos colegas. O que vale, frente aos colegas de trabalho, é o pacto do silêncio, a cumplicidade, a conivência. Um policial dificilmente "denuncia" um companheiro. Quanto menor o nível de escolaridade, ou seja, quanto mais ignorante, maior a aceitação das transgressões dos outros (O Estado de S. Paulo de 16.03.09, p. C1).

Tema de altíssima relevância para a sociedade não se vê na pauta de debates dos candidatos. O blogueiro cajazeirense Dirceu Galvão refere-se à imprensa e segurança pública nos seguintes termos: “A cobertura jornalística dos eventos que expressam a violência, na Paraíba, vive em permanente sinuca de bico: noticiar a violência, porque a busca pela audiência exige; ou não noticiar, porque, em geral, os órgãos estão manietados por contratos com o Estado. Na dúvida, alardeiam a violência (e satisfazem a busca de audiência), mas traduzida como algo dependente da vontade divina, em que a autoridade não tem culpa (e satisfazem o patrão governamental). Esta é a verdade. O resto é campanha política e desonestidade moral!”

Alguém tem opinião contrária?

domingo, 22 de agosto de 2010

Mais uma bomba de plágio


Paulo Leminski


André do Carmo Seffrin é do Rio de Janeiro. Observa que o poeta paranaense Paulo Leminski afirmou em antiga entrevista ao jornal literário “Nicolau”: “Não preciso ler Rosa, leio Joyce no original”. O Rosa a que ele se refere é o inventivo escritor Guimarães Rosa, e a acusação velada é de plágio. Eu nunca li Joyce. Entrei no universo de “Grande Sertões: veredas” no ano passado. É um escritor genial do regionalismo brasileiro. Quanto à acusação do Leminski, deixo para análise de intelectuais do porte de WS Solha e Clotilde Tavares.

Acho que jamais vou ler Joyce. Quem já leu "Ulysses", de James Joyce? Não conheço ninguém. Penso que deve ser uma leitura tão difícil como é para um inglês ler um livro de Guimarães Rosa. “Ulisses”, um clássico de Joyce, é um romance sobre pessoas comuns, impossível de ser lido por esse tipo de gente, tão limitada quanto esse blogueiro que vos escreve.

Melhor faz quem melhor copia


Se tudo é plágio, tou fudido! Eu mesmo procuro plagiar você, grande cultor das letras, como o Joepaz e o Dilermando Cardoso, lá de Sedex, vivem me copiando. Vou voltar a advogar para haver meus direitos, contra os dois. Eles que me aguardem! Você está brabo comigo? Anda sumido! Abraços.

Aristeu Fatal

sábado, 21 de agosto de 2010

Silêncio dos bons


Martin Luther King, líder de movimentos que buscavam o respeito aos direitos dos negros e o fim da discriminação racial nos Estados Unidos, promovia protestos pacíficos e conseguiu mudar a situação dos negros em seu país. Uma de suas frases famosas: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.

Isso vem a propósito da preocupação de amigos da Toca quanto a considerações que faço aqui, rendendo vez por outra ações judiciais. “Você continua procurando sarna pra se coçar e cutucando onça com vara curta”, diz uma amiga dileta. Dar voz aos que lutam do lado dos excluídos é uma das serventias dessa Toca, além de manter o contato com os amigos e fazer novas amizades pelo Brasilzão afora. Somos um blog engajado, manja? Estamos nas quebradas, pra realçar uns caras como esse defensor público Fernando Enéas, que vai pra rua comandar passeata de protesto do povo de Mari contra fechamento do único hospital da cidade.

Meu maior receio e aflição é virar um bundão qualquer, sem capacidade de sentir indignação diante de procedimentos desleais. Um desafogo, é isso que é minha Toca. Válvula de escape para a revolta.

Mas sou dado a metamorfoses. Um dia é a chacota, outro é a piada sem graça, e lá na frente meto a mãe dos outros no meio e assim vai. Inconsequente, é o que eu sou, diz meu compadre e declarado inimigo Maciel Caju. Somos mesmo uns pobres diabos, querendo ser a palmatória do mundo. Caju diz que os homens não prestam, a humanidade não merece pena. Esquivo e escorregadio, entro na Toca pra não ser enquadrado pelo Maciel, um tipo que tem adoração doentia por figuras tipo Franco, Hitler, Mussolini e outros ratos.

Calar é deixar de existir como cidadão, concorda? Até para ser neutro, você não tem outra saída senão se manifestar. Quem vota nulo, ou em branco, está tomando uma posição. Não sei se me faço entender. Tenham paciência comigo, que hoje é meu dia universal da bobagem. Faço uma concessão à tolice.

Onde quero chegar? É nessa obsessão de se patrulhar os outros que vemos hoje em dia. Desde a época da ditadura, jamais se viu uma campanha eleitoral tão marcada pela repressão. O que tem de blogueiro e jornalista censurado e processado neste país, não se contou ainda. Estamos completamente imobilizados por uma lei absurda e interpretações idem.

CARTA AO MESTRE CAJU


William Shakespeare



Meu caro Maciel Caju:

Outro dia fui lembrado de que não passo de um plagiador da obra alheia, conceituação que muito feriu meu orgulho de escrevinhador e literato. Saiba, pois, vossa mercê que estou em boa companhia, como já tive a oportunidade de provar, reproduzindo soneto da lavra do bom D. Pedro II, cujo tema foi fonte de que se valeu nosso brilhante Augusto dos Anjos para compor o soneto “Versos Íntimos”.

No momento em que concluo a leitura das “Novelas Italianas”, com seleção, tradução e prefácio de Hernâni Donato (Editora Cultrix), surpreende-me a constatação de que o mais que renomado dramaturgo inglês William Shakespeare tenha apresentado como da própria autoria uma ficção do novelista, cronista e historiador italiano Luigi da Porto. Sua novela “Julieta e Romeu” foi mais que inspiração para que Shakespeare escrevesse o drama “Romeu e Julieta”, mudando apenas a ordem das personagens no título da obra. Na verdade, essa lenda dos dois nobres amantes que acabam por celebrar pacto de morte já fazia parte dos escritos de Masuccio Salernitano, em sua obra “Novellino”. Dado o tema, tanto Shakespeare quanto Luigi da Porto apenas ajustaram a fantástica história aos seus enormes talentos.

Portanto, caro Caju, “Romeu e Julieta” de William Shakespeare é plágio do plágio, bem representando a verdade histórica de que não existe nada de novo e original neste mundo, como enfim constatou o poeta do livro de Eclesiastes. O girar dos séculos encontra novas gerações interessadas e deslumbradas pelos estilos, lendas e modelos que se renovam e se adaptam sem nada mudar. É forçoso reconhecer que o mais original dos criadores, por mais fecunda que seja sua imaginação, é no trabalho dos outros que acaba por firmar seu prestígio. A grande novidade de hoje já foi vista nos antigos escritos gregos, nos discursos de Virgílio e Cícero, Horácio e Ovídio, nos textos épicos, líricos e dramáticos, da Ilíada à Odisséia, passando pelo Mahabharata e A Epopéia de Gilgamesh, referendado como o livro mais antigo do mundo.

Meu assistente Sonsinho, aqui ao lado, lembra que até na política mais rasteira não é novidade essa prática. Aqui mesmo na nossa Paraíba, o ex-governador Cássio Lima só quer saber de imitar José, o atual mandante, quando este vociferava nas hostes da oposição. Por seu lado, Zé só quer ser Cássio quando era governador: as mesmas desculpas, as mesmas pantomimas, mentiras e logros. Nesse jogo de espelhos, de vez em quando aparece um Mago que quis entrar na brincadeira sem querer imitar ninguém e sem ter garrafas pra vender. Vai pagar caro pela sua pretensa originalidade. Pelo menos é o que imagina Sonsinho, duvidoso cabo eleitoral.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Na barraca de Ponei


Meu compadre Orlando Otávio
Na barraca de Ponei
Tomando chá de erva doce
Se fez efeito eu não sei...

Mas deve ter declamado
Poemas de Zé da Luz
Feito Luiz Paraíba:
O álcool quem lhe conduz,

O amor à sua terra
É quem dá inspiração
Depois de tomar um trago
De cachaça com limão.

Depois tocar no pandeiro
Um coco de roda e samba,
Lembrando Biu da Rabeca,
Artur Fumaça e Munganga.

Esse Munganga eu conheço,
Canta de torar o nó,
É Aracílio Araújo,
Engenheiro do forró.

Viva a liberdade de expressão!


Li as manifestações de solidariedade em relação à tua liberdade de expressão que representa a liberdade de expressão de todos os brasileiros, pautados pelo direito ao resgate da própria dignidade. Uno-me a todas essas vozes em defesa do direito de expressar e divulgar o que interesses escusos insistem em acobertar. Convido-te para ler a matéria que postei logo em seguida à postagem desta tua mensagem, no blog Xeque Mate.

Abraços!

Sirley Vieira Alves – Goiânia - GO

(Professora e escritora)

Li e reli o seu artigo várias vezes e não identifico qualquer palavra de desagravo que venha a conter calúnia ou difamação. Deveriam lhe agradecer pelas colocações positivas a respeito de Sivuca.

Heriberto Coelho de Almeida
diretor de O Sebo Cultural

Querido Fábio,

Receba meu apoio. No mais, passe na OAB prá tomar um cafezinho.

Um forte abraço, e conte comigo.

Bruno Veloso
Vice-Presidente da OAB/PB

Fabio Mozart é um ativista cultural da maior importância para nosso estado. Suas matérias, que muitas vezes são mal compreendidas, contribuem para o debate público e para os avanços do pensamento cultural do nosso povo. Trata-se de uma figura que precisa de apoio para que, junto aos nossos companheiros itabaianenses, possa se fortalecer na realização dos projetos que têm colocado Itabaiana num lugar de respeito no cenário cultural da Paraíba.

Receba a minha canção de ninar para manter os sonhos de nossa terrinha em paz.

Há braços itabaianenses abertos!

ADEILDO VIEIRA
Músico

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O defensor da sociedade


Fernando Enéas é defensor público, pago pelo Estado para defender quem não pode pagar advogado. Ele entrou recentemente com uma Ação Civil Pública contra a Fundação do Hospital, a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado por causa do fechamento do Hospital Santa Cecília, em Mari/PB. Hoje (19) lidera mobilização do povo da cidade para exigir a reabertura do Hospital, único ponto de atendimento de saúde da cidade, fechado há mais de um mês, e sem nenhuma providência tomada até o momento.

João do Varejão e Marcondes Baltazar são vereadores. Eles também estarão na passeata com associações de bairro, estudantes e outras categorias. O prefeito, a maioria dos representantes da burguesia local e os demais vereadores não estarão no ato público. Uns por amarelão mesmo, outros por conveniência pessoal, alguns porque estão mais ocupados fazendo “política” que estamos em plena “safra”.

No meio da passeata, vai estar dona Salete de braços dados com Fernando Enéas, ela enfermeira agora desempregada, ele cuspindo marimbondos contra o sistema cruel que deixa uma população abandonada, sem assistência médica. Calmo e empinado como um juiz soberbo, o “Chefe” não tem nenhuma consciência do malfeito que faz ao povo sem eira nem beira. Manda seu prócer dizer que a culpa é do prefeito, que por sua vez se explica, mandando a conta para o diretor do Hospital. Esse, cansado de cortar o couro seco do povo de Mari, que não dá mais caldo, foi cuidar dos seus milhões.

Dona Salete, essa eu conheço, foi minha cúmplice nas nossas lutas para organizar o povo. Trago anotações na mente daquelas brigas para fundar a associação de moradores, a rádio comunitária e para dar de comer aos sambudinhos da Pastoral da Criança. Hoje ando limpo de armas, sem valentia, doente e triste por ver minha cidade de Mari desamparada de cuidados médicos. Sei do sofrimento da senhora Salete e de tanta gente boa que lá conheci, gente que brigava por devoção, igual a esse Fernando Enéas, a quem não conheço, mas admiro pelo seu incomum senso de humanidade e dever de cidadão, pela coragem e desprendimento. Sei de defensor público que, durante a longa greve da categoria, continuou prestativo ao Governo, derramando-se em reverência aos poderosos e dando as costas aos companheiros.

O Fernando Enéas estará à frente da sociedade civil organizada, diz o blog do compadre Josa. Os covardes, os aproveitadores e demais abutres sociais, indiferentes ao mundo de miséria e sofrimento da ralé, veem a luta sistemática de homens como Fernando Enéas como uma coisa estúpida e sem sentido. Os crucificados de fato e de direito, o pessoal do SUS tem num quieto e remoto lugar de sua consciência embotada pela fome pela ignorância a real medida do valor desse homem público. Uma força que ele, o zé povinho, não conhece ainda, está se alimentando desses exemplos. Um dia a febre chega e a casa cai, por força do verdadeiro exercício da justiça e da lei da gravidade.

Proibido olhar à direita


Exercício de imaginação para leitores de blogueiro sem inspiração hoje. O que achas que tem à direita?

1) Propaganda de Jair Bolsanaro, aquele deputado milico doido fascista?
2) Início do horário eleitoral?
3) Suruba eleitoral de candidatos esquerdistas, direitistas e centristas?
4) A criança que tem a idade do seu filho pedindo esmolas na rua?
5) Comitê eleitoral de político pai dos pobres e mãe dos ricos?
6) Passado sujo do candidato “ficha limpa?”
7) Sucateamento das estradas e do DER na Paraíba?
8) Foto de Zé Serra, o “genérico” de Lula?
9) Foto de Dilma, a “substituta eventual” de Lula?
10) O espelho onde você vê a melhor pessoa do mundo?

CENSURADO


SOB CENSURA, POR DETERMINAÇÃO DO JUÍZ FALKANDRE DE SOUSA QUEIROZ

Minha solidariedade ao cidadão rádio-telegrafista, militante do movimento de rádios livres e comunitárias, dramaturgo e diretor teatral, Fábio Mozart, orgulho da terra, de índole sensível e caráter a toda prova.

Artistas têm alma sensível e, por principio, não maculam imagem de ninguém. Fábio Mozart, é um artista em seu metier - Ofício, função, trabalho - , no mais amplo sentido da palavra. De toda forma me ponho à disposição, como advogado, defensor, comunista, como revolucionário enfim.

Fernando Enéas de Souza
Defensor Público.

Caro Fábio,

tenho dois programas de rádio: Matinada (FM Santa Rita) em Santa Cruz-RN e o Conexão Cidadã (Rádio Potengi, em São Paulo do Potengi- Rádio AM), elegi a música Feira de Mangaio, e diga-se de passagem há muito tempo, para servir de BG para esses 2 programas. É o meu reconhecimento pessoal ao talento do grande Sivuca. Tenho acompanhado essa querela.

Ainda brotam rebentos sivucanos, e você é um deles, sendo assim, jamais sairia de ti qualquer acorde dissonante contra a memória do nosso Sivuca.

Hugo Tavares
Radialista, músico e poeta
Santa Cruz/RN

Caro jornalista Fábio Mozart,

sinto-me também processado, aliás, todos os jornalistas de pensamento livre devem estar se sentido da mesma forma. Com devido respeito, li e reli o texto, como quem querendo encontrar uma deixa para prejudicar o jornalista e não encontrei. Percebo no seu texto Fábio, uma sinceridade sem tamanho com sua consciência, com o que você acha e pensa e, é exatamente disso que a sociedade precisa.

Wellington Costa
Jornalista (Cabedelo-PB)

Ilustre amigo Fábio Mozart,

Sobre sua crônica, acho que este é um boato que você apenas coloca para um público maior e interessado no assunto, porque a todos nós e à cultura itabaianense, à cultura paraibana e à cultura brasileira pertence a obra do grande músico itabaianene que foi Sivuca.

Prof. Dr. Romualdo Palhano
Escritor

Caro Mozart,

Como homem da imprensa, não poderia deixar de me solidarizar com você. Sabemos que você escreve com o coração, sem maldade contra ninguém.

Professor Josa
Jornalista (Mari-PB)

Fabio Mozart é um ativista cultural da maior importância para nosso estado. Suas matérias, que muitas vezes são mal compreendidas, contribuem para o debate público e para os avanços do pensamento cultural do nosso povo. Trata-se de uma figura que precisa de apoio para que, junto aos nossos companheiros itabaianenses, possa se fortalecer na realização dos projetos que têm colocado Itabaiana num lugar de respeito no cenário cultural da Paraíba.

Receba a minha canção de ninar para manter os sonhos de nossa terrinha em paz.

Há braços itabaianenses abertos!

ADEILDO VIEIRA
Músico

Querido Fábio,

Receba meu apoio. No mais, passe na OAB prá tomar um cafezinho.

Um forte abraço, e conte comigo.

Bruno Veloso
Vice-Presidente da OAB/PB

Prezado Fábio, nem tudo em paz, né?

Realmente é impossivel agradar a todos. Não vejo qualquer injuria em sua matéria "SIVUCA E O MERCENARISMO", vejo um posicionamento crítico de um conterrâneo do grande mestre Sivuca, preocupado com a preservação da obra do mesmo. Estamos em pleno século 21, VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO!!!

Zanoni Yberville
Poeta & Arte Educador.

Li e reli o seu artigo várias vezes e não identifico qualquer palavra de desagravo que venha a conter calúnia ou difamação. Deveriam lhe agradecer pelas colocações positivas a respeito de Sivuca.

Heriberto Coelho de Almeida
diretor de O Sebo Cultural

MENSAGENS


“Se fosse comigo, não entraria na Justiça para castigar você com um pagamento pesado. Publicaria um esclarecimento público e pronto.”

WJ Solha:

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lula e Dilma casaram na Bahia em regime de comunhão parcial de bens


Para denunciar as falcatruas dos cartórios, um jornalista forjou o casamento de Luiz Ignácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, em cerimônia registrada em cartório do Tabelionato do 5º Ofício na cidade de Salvador, capital do Estado na Bahia.

Os maiores absurdos são cometidos em cartórios pelo Brasil afora. Esse é um bom exemplo. O funcionário responsável pelo “casamento”, José Marcos Lopes Brito, que assinou o documento, mandou a bronca para o tabelião titular do 5º ofício, Agélio José Dórea Vieira, mesmo tabelião que em 2006 foi punido com 60 dias de suspensão por “inserir em documento público informação falsa com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”, segundo consta nos autos do juiz corregedor que julgou a causa.

Para autenticar o documento, o funcionário cobrou R$ 8,00. Detalhe: autenticaram uma cópia, sem apresentação do original.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

No consultório


Fui voz e violão de um conjunto chamado “A Tampa, a Garrafa e o Copo”. Eu era a Tampa. Saí por falta de competência para beber mel de tubiba dia e noite. A Garrafa morreu de cirrose, o Copo virou cantor gospel de uma igreja chamada “Cuspe de Deus”.

O filho do Garrafa negocia com a “raspa da canela do diabo”. A mulher do Copo não lhe dá moral e só quer ser a gostosa da vila. A filha do Garrafa gosta de pegar uma rave, dançar até esgotar o ácido e surtar geral.

Cansado, abalado e fragilizado por uma dor constante há mais de uma semana, eis-me aqui na sala de espera da médica, escrevendo pra passar o tempo.

Tem um cara que é a cara do Garrafa, por isso lembrei do nosso antigo trio. Lembrei também de Giba, amigo meu constatando assombrado: “quando tu vê um moleque tomando cachaça no boteco, dá moral porque ele podia estar perdido na raspa da canela do diabo”.

A velha médium vidente Preciosa é quem tem razão: melhor se consultar com ela do que padecer nesses consultórios de esculápios mercenários.

Madame Preciosa, pra você sentir o peso, fala cento e quatorze línguas, sendo que doze delas já mortas e esquecidas, incluindo sete antigos dialetos de tribos brasileiras. Madame lê as inscrições primordiais das Runas e as treze formas corretas de interpretação dos hexagramas do I Ching. Fala corretamente a língua dos anjos e soletra qualquer coisa do alfabeto de Lúcifer e seus black caps.

Como sou um cara travado, não falo com ninguém nesta sala de espera onde temos duas velhinhas gorduchas, o sósia do Garrafa, um senhor com chapéu de palhinha, uma moça pálida, uma mulher e sua filha mal-educada e uma senhora magrinha com cara da “Bruxa do 71”. Depois chegou uma dona baixinha, magra, dos cabelos pintados de loiro que lembrou minha prima Gerusa, falecida na semana passada.

Comecei a morrer no dia em que nasci. Cinquenta e cinco anos depois, o processo parece que vai ter o seu remate.

Finalmente atendido, a médica mandou comer linhaça, licopeno do tomate e melancia, óleo de alho e suco de uva, soja preta, farinha de banana verde e lecitina de soja. Regime de fome, que é pra morrer bem sequinho, com a silhueta de monge budista. Vou marcar com Madame Preciosa.

DEPOIMENTO DO PROFESSOR CARLOS CARTAXO


Fabio Mozart:

O tempo passa, senhor do destino, e nós que fazemos a história acompanhamos ao mudanças e os avanços. Eu me orgulho de ter participado do trabalho do GETI em Itabaiana. Sei o quanto esse grupo foi importante para a vida cultural da cidade. Ainda hoje, exporta para o Basil e o mundo, profissionais qualificados que nasceram e aprenderam no GETI sob sua orientação e direção.

Parte do resgate histórico e cultural de Itabaiana se deve ao seu trabalho e à sua liderança. Ser líder é difícil. Mas você sempre o foi com habilidade e competência, com o princípio de dividir e partilhar conhecimentos. Muitas mães autorizavam seus filhos trabalharem no GETI, pois confiavam no seu trabalho e no seu propósito. A consequência dessa confiança foi que esses jovens hoje são senhores e senhoras mestres e doutores que espalham conhecimentos por todo Brasil.

Certo de sua contribuição para a cultura de Itabaiana e do Brasil, agradeço os momentos e as lições que contigo aprendi.

Um forte abraço democrático e cultural.

Atenciosamente

Carlos José Cartaxo

Professor do Departamento de Artes Cênicas da UFPB

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

“Eu dei uma chance à paz...”


Antonio Otávio foi quem introduziu a arte do boxe na cidadezinha de Itabaiana, nos idos de 1960. Aprendeu a lutar por instinto, depois pegou algumas lições com um pugilista em fim de carreira que apareceu por lá e ganhou fama de rei do ringue. Fazia lutas de exibição nas tardes domingueiras, no ginásio local.

O guerreiro Antonio Otávio também exercia a função de barbeiro, essa uma arte em que o nobre lutador não era considerado um ás. Invariavelmente cortava a cara do freguês, a ponto de botarem um nome de fantasia em sua loja de barbeiro: “Salão Sangue e Espuma”.

Entre ganchos, diretos, navalhadas e espumas, Antonio levava a vida, sonhando com o dia em que iria enfrentar Eder Jofre, o grande campeão do boxe brasileiro naqueles idos. Foi quando aconteceu uma grande mudança em sua existência. Conheceu moça evangélica e aderiu à fé protestante. Deixou de lutar, mudou suas relações sociais, aprendeu a ler para decorar os versículos bíblicos, comprou paletó e gravata e virou diácono da Igreja Batista. Morria o grande campeão e nascia o evangelista.

Mas a carnificina continuava na barbearia de Antonio Otávio. E, apesar de tudo o que deixamos de ser, sempre aparece um diabo para nos lembrar da nossa vida pregressa. Surgiu na pessoa de Firmino, um caboclo mal encarado e metido a brabo, das bandas de Maracaípe. Sentou na cadeira do barbeiro e foi logo ofendendo:

– Corta aí minha barba e vê se não corta minha cara, senão vai levar bolacha, que barbeiro é profissão pra fresco. Quem alisa cara de macho, pra mim é tudo fresco!

Antonio Otávio apelou para a Bíblia:

– Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo – João 16.33.

Uma gargalhada sacudiu a pança do debochado e incréu Firmino das Onças. Mas não foi por isso que ele perdeu a dentadura. Foi por efeito de um tabefe tão cachorro da moléstia que Firmino deslocou-se diretamente da cadeira de barbeiro para a calçada na “Rua do Meio”, vítima de um soco movido pela ira do divino.

– Eu dei uma chance à paz – disse Antonio Otávio, com saudades dos tempos de boxista praticante.