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terça-feira, 24 de novembro de 2009
A família Maroja e a incultura de Itabaiana
Cláudio Maroja mora em São Paulo. Bisneto de Odilon Maroja, ele andou fazendo uma pesquisa na internet sobre sua família, indo parar no meu blog “Toca do Leão”, precisamente na crônica onde relato a viagem empreendida pelo seu avô no começo do século passado, de Itabaiana a Salgado de São Feliz, em visita à Fazenda Modelo. (http://fabiomozart.blogspot.com/2009/08/fazenda-modelo-do-dr-odilon-maroja.html) Pede referências sobre a Editora Itabaiana Hoje, que lançou o livreto.
Cláudio informa que em São Paulo o clã dos Maroja está resumido a seis ou sete pessoas. “As histórias que sei sobre a família foram repassadas pelo meu avô Arnóbio Maroja e gostaria de me aprofundar sobre o assunto”, diz o descendente desta importante família do vale do Paraíba.
Respondi a Cláudio Maroja que a Editora Itabaiana Hoje é apenas um sonho que vive na mente e no coração do jornalista Geraldo Aguiar, um homem incrível que mora em uma cidade onde 94% das pessoas nunca foram a um museu e igual número jamais frequentou uma exposição de arte. Em sua população de 26 mil habitantes, 79% nunca assistiram a um espetáculo de dança; 82% não possuem computador em casa; 98% dos gastos familiares vão para bens não culturais e a cidade não possui uma única sala para qualquer atividade cultural, excetuando as lan houses.
Em um ambiente assim, Geraldo Aguiar mantém circulando um jornal literário, o “Itabaiana Hoje”, cujas despesas ele tira do próprio bolso e sai, ele mesmo, distribuindo de casa em casa o seu jornal, na esperança de que as pessoas tomem gosto pela leitura. No dizer do Senador Cristóvam Buarque, “a deficiência em termos de acesso à cultura reflete-se na alma dos brasileiros, contribuindo para a falta dos valores de solidariedade, para a elevação da corrupção e o aumento da violência”.
Recentemente, uma organização não governamental criou o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, com apoio do Ministério da Cultura, na tentativa de minorar a deficiência da cidade na produção e difusão da cultura. Cogita-se a abertura de uma biblioteca e mini-teatro, além de outras atividades artísticas.
Quem tiver informações sobre a família Maroja na Paraíba, escreva para Cláudio Maroja: claudiomaroja@gmail.com
FOTO – Solar dos Maroja em Salgado de São Félix; relíquia histórica abandonada. (Foto de Clévia Paz)
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